Israel anunciou nesta quarta-feira (5) sua retirada do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, acompanhando a desfiliação dos Estados Unidos sob decreto do presidente Donald Trump, reportou a agência Anadolu.
“Israel acolhe a decisão do presidente Trump de não participar do órgão”, apontou o chanceler israelense Gideon Sa’ar, em postagem no Twitter (X). “Nos juntamos agora aos Estados Unidos e não participará mais do conselho”.
Trump assinou uma nova ordem executiva — isto é, sem tramitação no Congresso — para retirar seu país da agência na terça-feira (4).
A medida corta também todos os recursos de Washington enviado à Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
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Em janeiro de 2024, em retaliação ao indiciamento de Israel por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), Joe Biden, antecessor democrata de Trump, suspendeu o envio de recursos à UNRWA, mediante alegações infundadas de Israel.
A suspensão deveria expirar em março de 2025.
Antes da saída de Israel e Estados Unidos, o Conselho de Direitos Humanos, sediado em Genebra, consistia em 47 Estados-membros, com assentos distribuídos em cinco grupos regionais.
A rede Politico verificou recentemente documentos da Casa Branca que confirmam capitulação à retórica colonial israelense, de que o conselho teria um viés contra Israel. De acordo com essa versão facciosa, o órgão teria emitido mais resoluções contrárias a Israel, desde 2018, do que contra Síria, Irã e Coreia do Norte.
O período, no entanto, coincidiu com uma escalada de colonos e soldados israelenses nos territórios ocupados de Jerusalém e Cisjordânia, para além do genocídio em Gaza, a partir de outubro de 2023.
Israel e Estados Unidos se alinham agora como detratores de diversas instituições internacionais, como o Conselho de Direitos Humanos, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e o Tribunal Penal Internacional (TPI).
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