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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

 Conselho de Associação de História dos EUA derruba condenação de Israel por  “escolasticídio” de Israel em Gaza

Palestinos inspecionam os danos em tendas no pátio da escola Abu Hemise no campo de refugiados de Bureij, após um ataque do exército israelense na Cidade de Gaza, Gaza, em 4 de dezembro de 2024. [Moiz Salhi – Agência Anadolu]
Palestinos inspecionam os danos em tendas no pátio da escola Abu Hemise no campo de refugiados de Bureij, após um ataque do exército israelense na Cidade de Gaza, Gaza, em 4 de dezembro de 2024. [Moiz Salhi – Agência Anadolu]

O conselho da American Historical Association (AHA) rejeitou uma resolução aprovada no início deste mês que condenava Israel por cometer “escolasticídio” em Gaza.

A resolução, que recebeu apoio significativo na conferência anual da AHA com uma votação de 428-88, acusou Israel de alvejar deliberadamente o sistema educacional de Gaza durante sua agressão de 15 meses ao enclave. No entanto, a resolução exigiu aprovação final do conselho da AHA.

Na sexta-feira passada, o conselho anunciou sua decisão de vetar a medida, afirmando que ela “contraria a Constituição e os Estatutos da Associação, porque está fora do escopo da missão e do propósito da Associação”.

“Esta é uma decisão chocante”, disse o Comitê Diretor dos Historiadores pela Paz e Democracia, o grupo por trás da resolução. “Ela anula uma votação esmagadora sem precedentes na Reunião de Negócios de 5 de janeiro, onde 82% dos 520 membros presentes votaram em nossa resolução”.

O escolasticídio é definido como a destruição deliberada de um sistema educacional.

O Conselho da AHA justificou seu veto afirmando que a resolução estava “fora do escopo da missão e do propósito da Associação”, enfatizando que a organização não emite declarações políticas públicas. Os críticos, no entanto, argumentaram que essa justificativa era inconsistente com as ações anteriores da AHA.

Mary Nolan, professora emérita de história na Universidade de Nova York e membro do comitê diretor que propôs a resolução, destacou a condenação da AHA em 2007 da Guerra do Iraque e sua crítica recente à invasão da Ucrânia pela Rússia. “As ações do Conselho são antidemocráticas e sugerem uma ‘exceção Palestina’ à liberdade de expressão”, disse Nolan ao Haaretz.

Christy Thornton, professora associada de história na Universidade Johns Hopkins, descreveu o veto como “não apenas decepcionante, mas incrivelmente míope”. Ela alertou que a decisão poderia alienar os membros e enfraquecer a organização. “A decisão de nem mesmo deixar todos os membros votarem alienará gerações de historiadores da organização em um momento em que a defesa da profissão precisa de mais energia, não menos”, disse Thornton, acrescentando que não ficaria surpresa se “centenas de historiadores se recusassem a renovar suas filiações”.

De acordo com especialistas da ONU, em abril de 2024, mais de 80% das escolas em Gaza foram danificadas ou destruídas pelo ataque israelense ao enclave. Os alunos estão fora da escola há dois anos letivos como resultado das ações do estado de ocupação e milhares foram mortos e feridos.

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