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Hamas busca libertação de Marwan Barghouti em nova troca de prisioneiros

Retrato de Marwan Barghouti, líder palestino preso por Israel, no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, em 16 de abril de 2023 [Majdi Fathi/NurPhoto]

Negociadores do Hamas pediram a soltura de três líderes palestinos em qualquer nova troca de prisioneiros com o Estado de Israel, reportou nesta quinta-feira (21) o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth.

Marwan Barghouti, Ahmed Saadat e Abdullah Barghouti são prisioneiros políticos bastante populares entre os palestinos. Apesar de sua prisão, são influentes em diversos eventos em campo na Cisjordânia ocupada.

Barghouti (64) é membro do Comitê Central do Fatah e favorito da população, segundo uma série de pesquisas recentes, para assumir a presidência da Autoridade Palestina no lugar do octogenário Mahmoud Abbas.

Barghouti foi preso por Israel em 2002 e condenado a cinco penas de prisão perpétua.

Segundo a reportagem, Barghouti “pode mudar a face da Autoridade Palestina”.

Saadat é secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), detido por Israel em 2008 e condenado a 30 anos de prisão por suposto envolvimento na morte do ex-ministro do Turismo israelense, Rehavam Ze’evi, em 2001.

Abdullah Barghouti é um líder proeminente do Hamas, também condenado a diversas penas de prisão perpétua por supostos ataques contra israelenses.

Israel se negou a incluir os três em um acordo de 2011 que incorreu na soltura do soldado israelense Gilad Shalit em troca de mil palestinos detidos.

O governo israelense não comentou os relatos até então. Contudo, lideranças do governo — incluindo o premiê Benjamin Netanyahu — insistem em rejeitar a demanda palestina por um cessar-fogo para avançar em uma troca de prisioneiros.

LEIA: Mês da Herança Nativa Americana nos EUA: Ecos do colonialismo na Palestina histórica

Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, chegou ao Cairo na quarta-feira (20) para discutir a mediação do Egito para um novo acordo.

No fim de novembro, uma trégua resultou na libertação de 81 israelenses e 24 estrangeiros mantidos pelo Hamas, em troca de 240 palestinos em custódia de Israel — entre os quais 71 mulheres e 169 crianças.

Em 7 de outubro, combatentes do Hamas cruzaram a fronteira com Israel e capturaram em torno de 240 colonos e soldados. Estima-se que 130 israelenses continuem sob custódia do grupo de resistência em Gaza.

Israel, em contrapartida, lançou intensos bombardeios contra Gaza e escalou sua campanha repressiva na Cisjordânia, dobrando a população carcerária entre os palestinos. São cerca de cinco mil novos detidos em menos de três meses — a maioria sem julgamento ou acusação; reféns por definição.

Em Gaza, são 20 mil mortos, 50 mil feridos e dois milhões de pessoas desabrigadas, além de milhares de desaparecidos sob os escombros.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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