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Colonos israelenses ateiam fogo em escola na Cisjordânia, agridem funcionária

Colonos israelenses ateiam fogo em escola primária ao sul de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, em 21 de novembro de 2023 [@PalestineMoE/X]

Colonos israelenses realizaram um ataque incendiário contra uma escola primária palestina ao sul de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, resultando na destruição de ao menos três salas de aula, reportou a agência de notícias Wafa.

Conforme uma fonte local, um grupo de colonos ilegais ateou fogo ao colégio elementar, que atende meninos e meninas. Trata-se do segundo ataque incendiário contra a mesma escola, na aldeia de Zanota, em apenas um mês.

Os colonos também agrediram fisicamente uma funcionária da escola.

A escalada recente na agressão colonial, sob escolta das forças ocupantes, contra Zanota levou ao deslocamento forçado de 36 famílias. As ações dos colonos na região de Hebron têm intuito de limpeza étnica e equivalem a pogroms.

Conforme o Ministério da Educação da Palestina, o atentado incendiário é parte de uma onda de crimes coloniais contra instalações de ensino em todo o país.

A pasta reiterou que o ataque ocorreu apenas um dia depois de ser comemorado o Dia Internacional da Criança, revelando assim a natureza discriminatória e intimidatória da ocupação israelense contra estudantes palestinos de todas as idades.

LEIA: Palestinos da Cisjordânia sofrem limpeza étnica em meio a genocídio em Gaza

O ministério pediu ainda proteção à infância de organizações internacionais relevantes.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967, com abusos cotidianos de direitos humanos, cujos recordes antecedem 7 de outubro. Desde então, porém, ao menos 271 ataques coloniais foram registrados, deixando baixas entre a população civil e danos a propriedades.

A média de incidentes dobrou: seis casos por dia entre outubro e novembro, contra três violações por dia nos nove meses anteriores. Um terço dos casos envolve armas de fogo, incluindo disparos. Em quase metade, soldados escoltam os agressores.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza, em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

São 14.128 palestinos mortos em um mês e meio, entre os quais 5.840 crianças, além de 30 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres. Quase 6.800 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

Na Cisjordânia, Israel escalou sua campanha repressiva, incluindo aumento supracitado nos ataques coloniais e prisões em massa. São cerca de sete mil prisioneiros políticos palestinos, dois mil dos quais presos em um mês — a maioria sem julgamento ou acusação; reféns, por definição.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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