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Brics: egípcios se preparam para mais cooperação com Brasil

A recente aprovação do ingresso do Egito no Brics abriu as portas para que o país se beneficie dessa aliança econômica. O grupo, formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, convidou para entrada Argentina, Irã, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Etiópia a partir do início de 2024.

Em seminário organizado na última semana pelo Comitê de Indústria e Pesquisa Científica da Associação de Empresários Egípcios (EBA), a cônsul comercial do Egito em São Paulo, Nashwa Bakr, falou de forma online sobre as relações econômicas do seu país com o Brasil. O evento teve a presença do ministro plenipotenciário do Comércio do Egito e chefe da Autoridade de Representação Comercial do país, Yahya Al-Wathiq Billah.

Bakr relatou que o total das importações do Egito oriundas do Brasil no ano passado alcançou a marca de US$ 2,8 bilhões, sendo que 30% desse total foi composto por alimentos e commodities estratégicas: carnes bovina e de frango, soja, milho, entre outros. As exportações do Egito para o Brasil registraram US$ 630 milhões em 2022, dos quais fertilizantes e produtos químicos corresponderam a uma fatia de aproximadamente 80%.

A cônsul afirmou que a economia brasileira está entre as mais fortes do mundo e que o país é a porta de acesso para a segurança alimentar de todo o mundo. Ela afirmou também que a atividade econômica no Brasil está bastante baseada em investimentos estrangeiros e em empresas internacionais. Segundo ela, as companhias nacionais atuam principalmente com produção agrícola, alimentação e setores correlatos, logística e armazenagem.

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A cônsul ainda disse que a economia brasileira não foi significativamente afetada pela pandemia de coronavírus, pois grande parte das empresas e fábricas continuaram funcionando durante o período, tendo havido disponibilidade de toda sorte de bens e o Brasil tendo conseguido atingir um superávit na balança comercial.

Ela falou do potencial para que empresas brasileiras que atuam na área de logística, armazenagem e produção de grãos invistam na Zona Econômica do Canal de Suez e estabeleçam centros de armazenamento de grãos para exportá-los a países europeus e árabes, diante da falta de acordos de livre comércio com muitos países.

Billah disse que a adesão do Egito ao Brics e ao Novo Banco de Desenvolvimento representam uma importante mudança para a economia nacional, especialmente nos campos comercial, financeiro e de investimentos, além de beneficiar outras áreas, com destaque para os setores agrícola, industrial, tecnológico, turístico e de serviços.

Ele acrescentou que a obtenção do máximo benefício das pautas apresentadas pelos países do Brics depende da habilidade dessas nações em negociar e estarem presentes intensamente nas reuniões do grupo, além da aceitação pela comunidade empresarial da ideia da realização de trocas comerciais em moedas locais ou da liquidação de parte das transações comerciais em moedas locais.

Traduzido do árabe por Georgette Merkhan

Publicado originalmente em Anba

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