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Parlamentares árabes e muçulmanos pedem soltura de Ghannouchi na Tunísia

Rashid Ghannouchi, líder do partido Ennahda, em Túnis, capital da Tunísia, em 21 de setembro de 2021 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

Dezenas de congressistas árabes e muçulmanos reivindicaram em nota que autoridades da Tunísia libertem políticos detidos, ao conclamar colegas de todo o mundo à iniciativa.

O Fórum Internacional de Parlamentares Islâmicos emitiu um comunicado assinado por 181 políticos de diversos países, para expressar solidariedade aos legisladores presos na Tunísia e denunciar a injustiça imposta contra eles.

Segundo a carta, as medidas do executivo ferem a liberdade e os alicerces da democracia no Estado norte-africano, representando retorno de práticas anteriores à chamada Revolução de Jasmim – isto é, o levante popular que depôs o ditador Zine el-Abidine Ben Ali, em 2011, no contexto da Primavera Árabe.

O documento advertiu para a perpetuação de um estado de frustração e desespero entre os tunisianos, frequentemente proativos na busca por justiça e dignidade.

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Meses atrás, o governo de Kais Saied ordenou prender dezenas de opositores, com destaque para o ex-chefe do parlamento Rashid Ghannouchi, além dos deputados Rashid al-Khayari, Mehdi Ben Gharbia, Issam al-Shabi, Walid al-Jallad e Mohamed Ben Salem.

Os ex-congressistas Ahmed al-Ammari, Habib al-Louz, Ahmed al-Mashriqi e Ghazi Chawashi também foram detidos, assim como o ex-premiê Ali Laarayedh, entre outros.

Em 16 de junho, o chefe da Frente de Salvação Nacional, Ahmed Najib Chebbi, denunciou o presidente por “criminalizar” a oposição. Logo em seguida, foi interrogado por alegações de “conspirar contra a segurança do Estado”.

Saied tomou poderes quase absolutos em julho de 2021, ao dissolver o parlamento e passar a governar por decreto. Suas ações são denunciadas como golpe. O presidente, no entanto, insiste em “salvar o país” da instabilidade e corrupção.

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