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Protestos na Tunísia repudiam presidente, pedem soltura de presos políticos

Ato realizado no Dia do Mártir na Praça Habib Bourguiba, em Túnis, capital da Tunísia, em 9 de abril de 2023 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

Centenas de tunisianos tomaram as ruas da capital Túnis neste domingo (18) para expressar seu repúdio sobre as ações do presidente Kais Saied e exigir a libertação de todos os presos políticos no país.

Segundo correspondente da agência Anadolu, o ato organizado pela Frente de Salvação Nacional partiu da rua Habib Bourguiba, em meio a cartazes e palavras de ordem, sob o mote “União nacional contra os ataques populistas”.

Ahmed Najib Chebbi, líder da frente oposicionista, discursou à multidão: “O atual governo não é capaz de fornecer serviços e medicamentos à população. Os cidadãos sofrem com a carestia e a escassez de bens essenciais!”

Chebbi descreveu os recentes comentários de Saied contra as reformas propostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como “ambíguos”, ao manifestar seu apoio a tais medidas. Para Chebbi, trata-se de um “acordo justo que não sacrifica o holerite”.

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As autoridades do executivo não comentaram os protestos de domingo. No entanto, em outras ocasiões, Saied rejeitou os “ditames” do FMI, ao insistir que os tunisianos têm de recorrer a uma solução doméstica.

Tunísia e FMI negociam um empréstimo de US$1.9 bilhão no período de quatro anos. As conversas, porém, permanecem sob impasse desde outubro de 2022.

O plano é condicionado a reformas econômicas no país norte-africano, incluindo redução nos subsídios de energia e produtos alimentares, cortes orçamentários no funcionalismo público e reestruturação de empresas estatais.

Desde 11 de fevereiro, a Tunísia vive uma onda de prisões contra políticos, jornalistas, ativistas, juízes e empresários. Saied nega motivação política, mas acusa os presos de “conspirar contra a segurança nacional e estar por trás da escassez e carestia”.

O presidente tunisiano é alvo de duras críticas desde julho de 2021, quando depôs o parlamento, exonerou o então premiê e passou a governar por decreto. Opositores denunciam golpe de estado.

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