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Relator da ONU confirma planos para investigar escalada colonial na Cisjordânia

Colonos obstruem acesso a Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 1° de junho de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Miloon Kothari, membro da Comissão de Inquérito do Conselho de Direitos Humanos da Nações Unidas, manifestou “consternação” sobre a escalada de violência perpetrada por colonos ilegais na Cisjordânia ocupada e anunciou planos para investigar o caso.

As informações são da agência de notícias Reuters.

A Cisjordânia está entre os territórios apropriados por Israel em 1967, reivindicados por um Estado palestino, conforme consenso internacional. Há cerca de um ano e meio, ataques de soldados e colonos contra os palestinos nativos tomaram a região.

Nas primeiras horas de terça-feira (20), após uma incursão israelense deixar seis mortos e dezenas de feridos, na região de Jenin, combatentes da resistência palestina abriram fogo contra um assentamento próximo, resultando em quatro mortes.

Europa e Estados Unidos já comentaram dos riscos impostos pelas agressões coloniais na região, que bateram sucessivos recordes no último ano e se agravaram ainda mais após a coalizão extremista do premiê Benjamin Netanyahu ser empossada em janeiro.

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“Estamos profundamente preocupados com o aumento considerável da violência colonial nos meses recentes … meio pelo qual a anexação [israelense] é asseverada na prática aos territórios palestinos”, comentou Kothari, horas depois da escalada.

Nesta terça, a Comissão de Inquérito apresentou ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra, novas denúncias de que o governo colonial israelense impõe cada vez mais restrições às atividades da sociedade civil palestina.

Israel deixou seu assento vago, mas declarou em nota assinada por seu chanceler, Eli Cohen, que a Comissão de Inquérito representa uma “mancha nas Nações Unidas”.

Na mesma ocasião, os Estados Unidos divulgaram uma nota de repúdio contra o mandato aberto da Comissão de Inquérito, assinada por 27 países. Washington deixou o fórum em 2018, ao alegar “viés crônico” contra Israel, mas retornou no ano passado.

“Acreditamos que a natureza dessa comissão prova a atenção desproporcional concedida a Israel pelo Conselho como um todo. Basta”, declarou a embaixadora americana nas Nações Unidas, Michele Taylor.

Kothari redarguiu: “Enquanto houver ocupação, as Nações Unidas têm de manter seu rigor para investigar a situação. Portanto, é preciso dar fim à ocupação israelense”.

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A Comissão de Inquérito foi aberta em 2021. O Conselho de Direitos Humanos não tem poderes vinculativos; as evidências coletadas por seus relatores, entretanto, podem ser utilizadas nas cortes internacionais.

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