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Palestina rejeita medidas israelenses e ratifica luta política

O porta-voz da Autoridade Palestina, Nabil Abu Rudeinah

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) rejeitou hoje as medidas anunciadas por Israel contra ela e ratificou que continuará a luta política, diplomática e jurídica para acabar com a ocupação.

Os direitos dos palestinos não são negociáveis, alertou o porta-voz da PNA, Nabil Abu Rudeina, em um comunicado, condenando as ações do governo de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Rudeina exortou a comunidade internacional a interromper as ameaças israelenses “que são contrárias a todas as resoluções internacionais”.

O governo extremista de Netanyahu está tentando causar uma explosão na região ao ignorar descaradamente a lei internacional, que exige uma postura global firme, enfatizou.

Em outra declaração, o primeiro-ministro Mohammad Shtayyeh criticou o roubo de fundos palestinos pela nação vizinha.

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A medida vai agravar o já deficitário erário público palestino, mas não nos impedirá de continuar o nosso caminho político e diplomático nos foros internacionais para alcançar a nossa independência, assegurou.

Entre as ações aprovadas pelo gabinete de Tel Aviv está a suspensão de todas as construções palestinas na Área C, uma área que representa 60% da Cisjordânia e está sob controle direto de Israel desde 1967.

Além disso, apreenderá 139 milhões de shekels (cerca de US$ 39 milhões) de fundos de impostos arrecadados em nome da PNA e tomará medidas contra organizações que promovem “qualquer atividade hostil” contra o Estado judeu, incluindo ações políticas e legais.

O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina criticou Tel Aviv ontem em um comunicado por seu novo ataque, em resposta à decisão da ANP de ir à Corte Internacional de Justiça (TPI).

Há uma semana, a pedido dos palestinos, a Assembleia Geral da ONU solicitou à TPI uma opinião sobre o “significado jurídico da ocupação israelense”.

Aprovada por 87 votos a favor, 26 contra e 53 abstenções, a iniciativa também pede a esse órgão de justiça que se pronuncie sobre o conflito e investigue as leis discriminatórias e as medidas de Israel para mudar a composição demográfica de Jerusalém Oriental.

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O Ministério das Relações Exteriores da Palestina comemorou a votação e destacou a importância de solicitar à TPI um parecer jurídico sobre a natureza da ocupação e a necessidade de definir as responsabilidades e deveres da comunidade internacional sobre o assunto.

O Ministério das Relações Exteriores saudou todos aqueles que contribuíram para essa conquista histórica, ao mesmo tempo em que expressou sua consternação com as tentativas de várias nações, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, de mudar o voto de vários países por meio de pressão e ameaças.

Publicado originalmente em Prensa Latina

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