O número de crianças no Líbano que enfrenta risco de fome deve aumentar 14% no começo de 2023, caso não sejam tomadas ações urgentes pelas partes relevantes, alertou nesta terça-feira (3) a ong Save the Children.
Quatro a cada dez crianças refugiadas – sírias e libanesas – asiladas no país levantino enfrentam insegurança alimentar grave devido à crise de commodities decorrente de anos de instabilidade fiscal, crise ambiental e choques na importação de suprimentos.
“Estimativas do primeiro IPC [Índice de Preços ao Consumidor] (setembro-dezembro de 2022) conduzido no Líbano mostram que 37% da população síria e libanesa no Líbano vivem sob grave insegurança alimentar”, reportou a ong. “Mais de 306 mil pessoas enfrentam carência grave de alimentos, o que pode levar à fome generalizada”.
Os números devem subir ainda 42% no primeiro trimestre deste ano.
O Líbano chegou a sexto pior país do mundo em termos alimentares, após Sudão do Sul, Iêmen, Haiti, Afeganistão e República Centro-Africana.
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“A crise no Líbano afeta cada vez mais as crianças”, alertou Jennifer Moorehead, representante da Save the Children no território libanês. “Os primeiros cinco anos da vida de uma criança são críticos e tememos que cada vez mais crianças sofram de desnutrição ou fome”.
“Precisamos fazer mais para impedir que o Líbano se torne a próxima trágica emergência no que se refere aos alimentos”, acrescentou.
A crise socioeconômica no Líbano arrastou três quartos da população à pobreza, com blecautes frequentes, um surto desastroso de cólera – que atravessou fronteiras – e colapso cambial.
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