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Demandas da ONU sobre prisioneiros são um ‘insulto inaceitável’, alega Egito

Alaa Abdelfattah, prisioneiro político no Egito em greve de fome [Twitter]

Autoridades do regime militar do Egito negaram um pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) pela soltura imediata do Alaa Abdelfattah e outros prisioneiros políticos, ao descrever as reivindicações como “insulto inaceitável”.

A missão egípcia em Genebra contestou os apelos na terça-feira (8): “O conteúdo da declaração [da ONU] busca sabotar deliberadamente a independência do judiciário e do estado de direito, pedra angular da proteção e promoção dos direitos humanos”.

Segundo a nota, opor-se a um veredito como injusto é “inaceitável”, a despeito de evidências de violações humanitárias.

Sobre as demandas, a missão egípcia acusou Volker Turk, alto-comissário da ONU para direitos humanos, de “violar o princípio de imparcialidade e objetividade e erodir ainda mais tanto sua credibilidade quanto da instituição que representa”.

Na terça-feira, Turk instou o governo militar de Abdel Fattah el-Sisi a libertar Abdelfattah e lhe conceder o devido tratamento médico, após uma escala de sua greve de fome desde o início da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP27) em Sharm el-Sheikh.

LEIA: COP27 no Egito vira palco pela liberdade de Alaa Abdelfattah, ainda em greve de fome

“Abdelfattah está em grande perigo. Recusar-se a beber líquido põe sua vida em enorme risco”, advertiu Turk. “Meu escritório e outros mecanismos de direitos humanos da ONU trouxeram à tona o caso de Abdelfattah e outros indivíduos encarcerados arbitrariamente, sob julgamentos injustos em múltiplas ocasiões”.

Turk pediu às autoridades que “cumpram suas obrigações de direitos humanos e prontamente libertem todas as pessoas detidas arbitrariamente, incluindo sem julgamento, além de pessoas condenadas injustamente”.

“Ninguém deve ser detido por exercer seus direitos básicos ou defender os direitos dos outros”, acrescentou.

Desde o início da COP27, no domingo passado (6), diversos apelos emergiram para libertar Alaa Abdelfattah e outros prisioneiros. Abdelfattah está em greve de fome há 200 dias, condenado a cinco anos de prisão por compartilhar uma postagem no Facebook.

O premiê britânico Rishi Sunak descreveu a cúpula como oportunidade ao Egito para solucionar a questão de Abdelfattah, que detém também passaporte britânico.

LEIA: Egito tem 60 mil prisioneiros políticos como Alaa Abdelfattah

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