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Israel aceita indenizar família em US$140 por morte de idoso palestino

Soldados israelenses em Belém, na Cisjordânia ocupada, em 30 de setembro de 2022 [Wisam Hashlamoun/Agência Anadolu]

Israel confirmou nesta segunda-feira (10) concordar em indenizar a família de um cidadão idoso palestino-americano após sua prisão em custódia de soldados sionistas na aldeia de Jiljilya, nos arredores de Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

Omar Abdulmajeed Asaad – de 80 anos, que sofria de problemas cardíacos e respiratórios – faleceu no início do ano, após ser detido e agredido por forças israelenses, atirado contra o chão, amordaçado, algemado e vendado.

O Ministério da Defesa de Israel anunciou chegar a um acordo para compensar a família em 500 mil shekels (US$140 mil) – “à luz das circunstâncias únicas do infeliz evento”.

Em troca, a família rescindirá a ação judicial que registrou contra o Estado, informou o jornal israelense Haaretz.

O raro recuo do governo israelense sucede críticas do Estados Unidos ao incidente, que levaram as Forças Armadas de Israel a emitir também uma nota de repúdio, ao descrever o assassinato como “evento grave e infeliz, resultante do fracasso moral e da péssima tomada de decisões por parte de nossos soldados”.

Além disso, dois oficiais militares israelenses foram demitidos de suas posições; um terceiro –comandante de batalhão – foi repreendido após a morte de Omar.

LEIA: Cem palestinos mortos em 2022, alerta ONU

A autópsia de Omar – realizada por três médicos palestinos – corroborou condições de saúde pré-existentes, mas reafirmou que o idoso sofreu ferimentos na cabeça e nas mãos por abusos cometidos durante sua prisão.

Os peritos declararam que a causa da morte foi “uma cessação repentina da atividade muscular cardíaca, causada por estresse psicológico devido à violência externa à qual foi exposto”.

Aviv Kochavi, comandante máximo do exército israelense, comentou: “A maneira como nossas forças trataram o homem é antiética. Não há divergência entre profissionalismo e manutenção do código de ético das Forças de Defesa de Israel [FDI].”

“Comandantes e soldados têm as ferramentas para lidar com complexidades; espero que cada um deles siga com diligência, para manter a dignidade e o código de ética de nossas Forças Armadas”, acrescentou.

Israel ocupa Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém desde 1967. Abusos de direitos humanos contra os palestinos e violações do direito internacional são ocorrências diárias.

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