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Maioria dos EUA rejeita venda de armas a Arábia Saudita, revela pesquisa

Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS) [Exército dos EUA]

A maioria dos cidadãos dos Estados Unidos opõe-se à venda de armas à Arábia Saudita, revelou a quinta pesquisa anual da Fundação Eurasia Group (EGF), divulgada nesta quarta-feira (5).

A pesquisa abordou 2.002 americanos em idade eleitoral, em agosto, ao indagar sobre o papel contemporâneo dos Estados Unidos no mundo e sua política externa.

A maioria dos entrevistados expressou apoio à abordagem do governo do presidente Joe Biden. Contudo, em algumas categorias, os mesmos entrevistados demonstraram apelos para redução na escala das atividades militares de seu país e aumento nas intervenções diplomáticas.

A pesquisa revelou que quase 70% dos americanos são contra a manutenção da exportação de armas ao regime saudita – ao menos 35% são “veementemente” contrários. Dentre as razões para a desaprovação, está o histórico de direitos humanos da monarquia e a guerra no Iêmen.

Aqueles que apoiam a venda de armas alegam que Riad é fundamental para conter a “agressão regional iraniana”, além de fornecer petróleo e benesses econômicas aos Estados Unidos.

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Apesar da percepção negativa sobre o comércio saudita, os entrevistados foram mais ambíguos em relação ao mercado consumidor israelense. Mais da metade sugeriram apoio à exportação militar a Israel – 28.6% em alguma escala, 24% de maneira veemente. No entanto, cerca de 47% divergem – 26.4% desaprovam em alguma escala, 21% de maneira veemente.

Conforme a pesquisa, não obstante, a maioria dos jovens entre 18 e 29 anos rechaçam a venda de armas a Israel.

Os Estados Unidos são o maior exportador de armas do mundo. Entre 2016 e 2020, a indústria americana vendeu armamentos a 96 países; quase metade de suas exportações (43%) foram a países do Oriente Médio.

A Arábia Saudita é o segundo maior importador de armas do mundo – somente após a Índia – e maior comprador dos Estados Unidos.

Em agosto, o governo Biden aprovou duas vendas massivas a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, sob pretexto de defendê-los de supostas ameaças iranianas. Os itens foram estimados em mais de US$5 bilhões, dentre os quais, US$3 bilhões em mísseis Patriot e US$2.2 bilhões em mísseis de defesa de alta altitude.

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