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Corte israelense liberta imã preso por denunciar a ocupação

Sheikh Yousef al-Baz [qudsn/Twitter]

A Suprema Corte de Israel deferiu nesta quinta-feira (22) um recurso registrado pela defesa do sheikh Yousef al-Baz, cidadão palestino do estado sionista, de 64 anos, nativo da cidade de Lod, para ordenar sua liberdade condicional.

O tribunal central devolveu o caso aos juízes municipais, para que determinem as condições de soltura do clérigo palestino, conforme registro eletrônico.

Em 10 de agosto, a corte local estendeu a prisão de al-Baz até a conclusão dos processos judiciais. Al-Baz foi preso em 17 de junho por “incitação nas redes sociais”, devido a postagens publicadas durante a ofensiva israelense contra Gaza em maio de 2021.

Na ocasião, milhares de cidadãos palestinos de Israel tomaram as ruas em solidariedade a seus compatriotas no território sitiado.

“Sugiro que impeçam seus agressores pois tamanha provocação nos levará de volta [às ruas] e serão vocês a pagarem o preço”, escreveu al-Baz em sua página do Facebook. “Quanto à guerra que nos ameaçam … prometo que abdicaremos mesmo de nossa alma para ensiná-los a parar com sua intimidação”.

A promotoria alegou ameaça a Yossi Harush – vice-prefeito de Lod (Lydde), um dos responsáveis pela violenta repressão contra os protestos dos cidadãos árabes, mencionado nominalmente na postagem de al-Baz.

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Vídeos de discursos do religioso a cidadãos árabes, nos quais al-Baz acusa a polícia sionista de conduzir “dezenas de chacinas” e invoca a ideia de que Israel “deixará a terra” antes dos nativos palestinos, também foram utilizados como evidência da parte acusatória.

Al-Baz foi imã da Grande Mesquita de al-Omari na cidade de Lod, entre 1991 e 2018, e ainda profere sermões no local e em outros santuários do território designado Israel – isto é, ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, mediante limpeza étnica, em 1948.

Sobre as acusações, comentou al-Baz: “Esta é minha página do Facebook. Sou responsável por ela, mas defendo cada palavra que escrevi”. O clérigo islâmico reiterou que críticas à ocupação israelense não equivalem a “incitação”.

Conforme a imprensa local, al-Baz não foi preso na ocasião dos protestos por receios de que sua abdução alimentasse os levantes nas ruas de Israel.

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