Portuguese / English

Middle East Near You

Funcionários do Google e da Amazon denunciam acordo bilionário com Israel

Sede do Google em Mountain View, Califórnia, 28 de outubro de 2021 [Tayfun Coşkun/Agência Anadolu]

Centenas de funcionários das gigantes de tecnologia Google e Amazon realizaram ao menos três vigílias em 8 de setembro em frente às sedes das duas companhias, para demandar a revogação de um acordo bilionário com Israel, reportou a agência de notícias Wafa.

O chamado Projeto Nimbus – estimado em US$1.2 bilhão – deverá fornecer à ocupação ferramentas de inteligência artificial e armazenamento em nuvem.

O movimento #NoTechForApartheid confirmou protestos nas cidades de San Francisco, Nova York e Seattle. Segundo a campanha, os itens de tecnologia serão utilizados por Tel Aviv para perpetuar a vigilância e o assédio contra o povo palestino.

O movimento foi lançado no ano passado e busca também coletar assinaturas a uma petição que reivindica de ambas as corporações multinacionais que “parem de fazer negócios com o governo e o exército do apartheid israelense”.

A petição reafirmou sua solidariedade com centenas de trabalhadores da Amazon e do Google que exigem a revogação do Projeto Nimbus. O texto destacou ainda que ambas as companhias clamam para si princípios de igualdade e responsabilidade social.

“O Google alega valorizar a democracia e insiste que empresas ‘podem fazer dinheiro sem fazer o mal’”, observou o documento. De modo similar, a Amazon enfatiza em sua Carta de Princípios que sua marca deve “fazer melhor, agir melhor e ser melhor” na arena global.

LEIA: Google arma Israel com inteligência artificial avançada, revela relatório

Advertiu a petição: “Enquanto o exército israelense bombardeava casas, clínicas e escolas em Gaza e ameaçava expulsar famílias de suas casas em Jerusalém, em maio de 2021, executivos da Amazon Web Services e do Google Cloud assinavam um contrato de US$1.22 bilhão com o intuito de fornecer tecnologia ao governo e às forças israelenses. Ao conduzir negócios com o regime de apartheid, a Amazon e o Google tornam mais fácil que Tel Aviv monitore os nativos palestinos para expulsá-los de suas terras”.

“Ressoamos o chamado de mais de mil trabalhadores do Google e da Amazon para contestar o contrato, conhecido como Projeto Nimbus”, reafirmou o texto. “A tecnologia deve ser utilizada para unir as pessoas e não para permitir o apartheid, a limpeza étnica e a colonização”.

“A colaboração da Amazon e do Google com o apartheid israelense é parte de uma tendência maior das Big Techs de fomentar a violência em todo o mundo. Empresas de tecnologia como Amazon e Google são aquelas que lucram com as novas guerras e com históricos calamitosos de direitos humanos”.

“Produtos da Amazon ajudam a abastecer a máquina de deportação da ICE [Serviço de Controle de Imigração e Aduanas] e mantém parceria com mais de dois mil departamentos de polícia dos Estados Unidos, que vigiam e criminalizam comunidades pretas e pardas através de câmeras de segurança instaladas nas portas de residências particulares”.

“A tecnologia pode reunir as pessoas; todavia, essas são ferramentas adotadas para perseguir comunidades e tornam o mundo menos seguro para todos nós”, rematou o documento. “Por isso, trabalhadores do Google e da Amazon apelam a seus empregadores para cumprirem sua palavra sobre os direitos humanos”.

Cerca de 40 mil pessoas assinaram a petição até então.

LEIA: Gerente do Google se demite após criticar acordo com Israel

Categorias
Ásia & AméricasEstados UnidosIsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments