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Comentários de Abbas sobre Holocausto criam onda de protesto

O Presidente da Autoridade Palestina (AP) Mahmoud Abbas foi duramente criticado após acusar Israel de cometer “cinquenta holocaustos” contra os palestinos.

“Mahmoud Abbas acusando Israel de cometer ‘cinquenta holocaustos’ enquanto visita solo alemão não é apenas uma desgraça moral, mas uma mentira monstruosa”, afirmou o atual premiê israelense Yair Lapid, em sua página do Twitter.

“Seis milhões de judeus foram assassinados no Holocausto, incluindo um milhão e meio de crianças judias”, acrescentou. “A história jamais o perdoará”.

Durante coletiva de imprensa ao lado do chanceler alemão Olaf Scholz, em Berlim, na terça-feira (16), observou Abbas: “Israel cometeu cinquenta massacres desde 1947 em cinquenta localidades palestinas … cinquenta massacres, cinquenta holocaustos”.

Um jornalista questionou o presidente palestino se ele se desculparia oficialmente ao estado sionista no 50° aniversário do ataque contra atletas israelense durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Em resposta, Abbas reiterou que há baixas diárias causadas por ações da ocupação: “Se quiserem falar do passado, vamos em frente”.

LEIA: A AP tem décadas de fracassos diplomáticos por trás

Scholz reagiu ao comentário de Abbas ao franzir o cenho e parecia prestes a contrapô-lo. No entanto, Steffen Hebestreit – porta-voz do regime alemão – encerrou a coletiva, logo após a declaração do presidente palestino octogenário.

Fora dito anteriormente que a pergunta a Abbas seria a última.

O chanceler alemão já criticou Abbas publicamente por denunciar Israel como estado de apartheid. “Quero dizer francamente que, nesta altura, não adotamos o termo apartheid tampouco o consideramos correto para aludir à situação”, declarou Scholz.

Nesta quarta-feira (17), Scholz apelou ao Twitter para repudiar Abbas: “Estou enojado pelos comentários ultrajantes do Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas. Para nós – alemães, em particular – qualquer relativização do Holocausto é intolerável”.

A oposição alemã também criticou Abbas e insistiu que Scholz deveria tê-lo expulsado da sede do governo. O chefe da Autoridade Palestina também foi rechaçado pelo Comitê Internacional de Auschwitz.

“Abbas aproveitou a arena política em Berlim para difamar deliberadamente a cultura alemã de memória e de relações com Israel”, observou Christoph Heubner, vice-presidente do comitê, na noite de terça-feira. “Com sua comparação deplorável e inadequada ao Holocausto, Abbas mais outra vez tentou levar hostilidade anti-Israel e antissemita a Europa e Alemanha”.

Heubner também condenou o governo de Scholz por “permitir que os comentários de Abbas sobre o Holocausto saíssem sem resposta da coletiva de imprensa”.

Vale notar, contudo, que os massacres da ocupação israelense são verdadeiros, como revelado recentemente por centenas de documentos sigilosos do Ministério da Defesa de Israel alusivos ao julgamento dos responsáveis pela chacina contra civis de Kafr Qasim, em 1956.

Outros massacres incluem Deir Yassin, Reineh e al-Burj, além da chacina de Hebron (al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, em 1994, e as sucessivos bombardeios contra a Faixa de Gaza sitiada, cujas baixas incidem sobretudo à população civil.

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