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Recenseamento nas comunidades palestinas pelo exército de Israel aumenta medo de despejo

Forças israelenses atacam palestinos que estavam se defendendo dos colonos ilegais que invadiam as aldeias palestinas em Nablus, Cisjordânia, em 27 de fevereiro de 2020 [Issam Rimawi/Anadolu Agency].

O exército israelense realizou um “censo” dos residentes palestinos de uma área em risco de desalojamento na região de Masafer Yatta, no sul da Cisjordânia, aumentando os receios dos residentes de expulsão forçada, informou a Agência Anadolu.

O chefe do conselho local de Masafer Yatta, Khaled Younis, disse à Agência Anadolu que na sexta-feira à noite, sábado e domingo, o exército israelense invadiu as comunidades palestinas ameaçadas de deslocamento na região, realizando um “censo da população”.

Younis acrescentou que os soldados perguntaram sobre os moradores dessas casas e fotografaram seus documentos de identidade.

O censo incluiu as comunidades de Al-Majaz, Al-Tabban, Al-Fakhit, Janba, Safi Al-Tahta e Khallet Al-Daba, que estão localizadas dentro de uma área alvo de expulsão depois que a Suprema Corte israelense rejeitou a petição dos moradores contra a classificação da área como zona de tIros do exército.

A organização israelense de direitos humanos B’Tselem publicou filmagens de soldados israelenses fotografando os documentos de identidade dos residentes e contando-os.

Os observadores dos direitos que monitoram as violações dos direitos humanos israelenses contra os palestinos postaram no Twitter que, em um “desenvolvimento grave”, os militares israelenses “iniciaram o que parece ter sido os preparativos para a expulsão de cerca de 1.000 residentes palestinos de Masafer Yatta”.

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B’Tselem diz que, durante anos, Israel implementou uma política que visa forçar os residentes dessas comunidades a deixar suas casas para confiscar suas terras.

De acordo com as Nações Unidas (ONU), cerca de 1.200 palestinos, incluindo 580 crianças, estão em risco de despejo e deslocamento iminentes nessas comunidades.

Enquanto isso, no domingo, colonos israelenses demoliram abrigos e tendas agrícolas e utilizadas pelos agricultores palestinos durante a época de cultivo de suas terras.

O coordenador dos comitês locais de proteção Fuad Al-Amour disse à Agência Anadolu que os colonos “destruíram habitações e barracas agrícolas da família Al-Shawaheen, que eles construíram durante os últimos meses”.

Segundo dados do movimento israelense de direitos humanos Peace Now, existem cerca de 666.000 colonos, 145 grandes assentamentos e 140 postos ilegais na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.

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