O Primeiro-Ministro de Israel Naftali Bennett advertiu seu eleitorado de que o estado sionista vivencia uma “ameaça real”, diante de um iminente colapso.
Bennett divulgou nesta sexta-feira (3) uma carta aberta, na qual fez um apelo para manutenção do apoio a sua frágil coalizão de governo, após perder a maioria legislativa em meados de maio. O comunicado coincidiu com o primeiro aniversário de seu governo.
“Nos tempos antigos, nossa soberania desintegrou-se duas vezes por conflitos internos”, alegou Bennett, ao recorrer a narrativas religiosas “O primeiro colapso ocorreu 80 anos após fundar-se o estado; a segunda vez, após 77 anos. Vivemos hoje nossa terceira era e beiramos o marco dos 80 anos. Enfrentamos uma ameaça concreto e devemos ponderar se será possível preservar Israel”.
“Há poucos dias, caminhávamos em direção à quinta eleição [em três anos], capaz de dividir nossa terra”, acrescentou. “Tomei então a decisão mais difícil de minha vida, ao compor um gabinete emergencial para salvar Israel do caos. Aliei-me a indivíduos que possuem os mais diferentes pontos de vista em relação aos meus”.
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Bennett também mencionou “caos, ciclos eleitorais sem fim, um estado paralisado e as cidades de Lod e Acre queimando perante um governo humilhado e dividido”, em referência a levantes árabe-israelenses em 2021, após ataques de colonos em Jerusalém ocupada e a brutal ofensiva militar contra a Faixa de Gaza.
Segundo o premiê sionista, em referência a seu antecessor e atual líder da oposição, Benjamin Netanyahu, Israel demonstrou “terrível fraqueza diante de um inimigo assassino que disparou foguetes contra Jerusalém” e restringiu-se “a cultuar um único homem e subjugar a energia do estado a suas demandas legais”.
Conforme pesquisa recente publicada pelo jornal Israel Hayom, ao menos 69% dos colonos israelenses, radicados ilegalmente nos territórios palestinos ocupados, têm receios sobre o futuro do estado sionista. Ao menos 66% dos colonos não confiam nas forças de segurança; 67% apoiam a posse de armas e a imposição de multas “para dissuadir confrontações entre israelenses e palestinos nos territórios ocupados”.
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