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Israel sugere avalizar 4.427 novas unidades coloniais na Cisjordânia ocupada

Obras coloniais na Cisjordânia ocupada, 14 de outubro de 2020 [Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images]

Nesta quinta-feira (12), Israel aprovou a construção de 4.427 unidades residenciais em seus assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada, advertiu o grupo de direitos humanos Peace Now, após encontro do Conselho Supremo de Planejamento do estado sionista.

O comitê ratificou o projeto, que incitou críticas do atual governo dos Estados Unidos. Um total de 2.791 unidades coloniais recebeu aprovação final; outras 1.636 receberam aceno preliminar.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Tel Aviv não comentou imediatamente o relato. Entretanto, em resposta à ong, a Ministra do Interior Ayelet Shaked, notória ativista de extrema-direita, descreveu a admissão como “data festiva para os assentamentos em Judeia e Samaria” — nome bíblico adotado pelos sionistas para referir-se à Cisjordânia ocupada.

Na última semana, Shaked anunciou seu plano para construir novas residências em terras palestinas. Neste entremeio, a gestão americana de Joe Biden expressou sua “veemente” oposição à iniciativa.

Indagado pela Reuters sobre a decisão, um porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos em Israel repetiu comentários do Departamento de Estado, proferidos na última sexta-feira (6).

“O programa para expandir os assentamentos prejudica gravemente o prospecto da solução de dois estados”, insistiu a chancelaria em Washington. As negociações, no entanto, permanecem paralisadas desde 2014.

Na cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, Bassam al-Salhe, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, instou seus conterrâneos a “avançar em sua luta contra tais projetos coloniais”.

Al-Salhe fez um apelo à comunidade internacional “para adotar ações dissuasivas e pressionar Israel a interromper a expansão dos assentamentos e seus ataques contra o povo palestino”.

Tor Wennesland, representante das Nações Unidas para o “processo de paz” no Oriente Médio, condenou a decisão, ao descrevê-la como “unilateral e provocatória”.

“A reiterada expansão colonial entrincheira ainda mais a ocupação, expropria terras palestinas e seus recursos naturais e impede o movimento libertário da população”, alertou Wennesland.

A lei internacional considera todos os assentamentos como ilegais. Israel, não obstante, insiste em pretextos religiosos ou de segurança para avançar em seu projeto colonial.

Até então, não há data prevista para as obras, que deverão ampliar 22 dos 132 assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada.

LEIA: Kuwait adverte contra planos de Israel de construir 4.000 novas unidades de assentamento

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