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Sauditas se sentem ‘decepcionados’ com os EUA por ameaças de segurança houthis

Forças leais aos rebeldes houthis do Iêmen participam de um desfile militar que marca o sétimo aniversário da intervenção da coalizão liderada pela Arábia Saudita em seu país, na capital Sanaa, em 31 de março de 2022 [Mohammed Huwais/AFP via Getty Images]

A Arábia Saudita se sente “decepcionada” com os Estados Unidos ao lidar com ameaças de segurança ao reino e à região pelo movimento houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, disse um membro sênior da família real saudita e ex-chefe de inteligência, relatou a Reuters.

Laços tradicionalmente fortes entre Riad e Washington foram abalados sob o presidente dos EUA, Joe Biden, pelo assassinato em 2018 do jornalista saudita Jamal Khashoggi nas mãos de agentes sauditas e pela ruinosa guerra do Iêmen em que uma coalizão liderada pela Arábia Saudita luta contra os houthis há sete anos.

“Os sauditas consideram o relacionamento estratégico, mas (sentem-se) decepcionado em um momento em que pensávamos que os Estados Unidos e a Arábia Saudita deveriam estar juntos para enfrentar o que consideraríamos uma união, não apenas irritante, mas um perigo para a estabilidade e segurança da área”, disse o príncipe Turki al-Faisal, referindo-se aos ataques de mísseis e drones houthis.

Suas observações vieram em uma entrevista em vídeo com o jornal saudita Arab News publicada na segunda-feira.

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A Arábia Saudita e os Emirados Árabes, que contam com o guarda-chuva de segurança dos EUA, irritaram-se com o que consideram um declínio do compromisso dos EUA com sua região. O conflito na Ucrânia destacou tensões, já que os produtores da Opep do Golfo resistiram aos pedidos para ajudar a isolar a Rússia e bombear mais petróleo para controlar os preços.

“Tivemos nossos altos e baixos ao longo dos anos, e talvez neste momento seja um dos baixos, principalmente porque o presidente dos Estados Unidos disse, em sua campanha eleitoral, que faria da Arábia Saudita um pária e, claro, ele passou a praticar o que pregava”, disse o príncipe Turki.

O ex-embaixador em Washington passou a listar a decisão de Biden de encerrar o apoio dos EUA às operações ofensivas da coalizão no Iêmen, não se reunir com o governante de fato, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman e “em um estágio” retirar os sistemas antimísseis dos EUA do reino, o maior exportador de petróleo do mundo.

Nos últimos meses, os Estados Unidos aumentaram o apoio militar a Riad em uma tentativa de consertar os laços, disseram diplomatas ocidentais.

O príncipe Turki não ocupa nenhum cargo no governo agora, mas continua influente como presidente do Centro King Faisal de Pesquisa e Estudos Islâmicos.

LEIA: Turquia destrói democracia ao transferir caso Khashoggi para Arábia Saudita

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