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Forças da ocupação israelense voltam a invadir Al-Aqsa e atacar fiéis

Polícia israelense invade Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, 17 de abril de 2022 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

A polícia israelense voltou a invadir os pátios de Al-Aqsa na manhã de hoje (21), para preparar terreno a incursões em massa de extremistas judeus. Fiéis muçulmanos, incluindo mulheres e crianças, foram brutalmente agredidos.

Segundo a Sociedade do Crescente Vermelho, vinte palestinos ficaram feridos durante a repressão de Israel a protestos pacíficos contra as invasões coloniais.

A polícia evacuou fiéis muçulmanos da Mesquita de Al-Aqsa (Al-Qibli) e do Domo da Rocha, confirmou a agência de notícias Wafa.

Os colonos adentraram em Al-Aqsa através do Portão de al-Mughrabi sob escolta policial. Então caminharam pelo santuário, debateram a instauração do “Templo do Monte” — como meio de substituir a custódia islâmica — e executaram rituais talmúdicos na porção oeste do complexo.

Soldados da ocupação cercaram um grupo de jovens dentro da mesquita, ao atirar balas de borracha e gás lacrimogêneo; um idoso foi ferido pelos disparos. Jornalistas foram mantidos fora da mesquita.

Israel manteve restrições e instalou novos checkpoints na Cidade Velha e nos acessos a Al-Aqsa. Policiais impediram fiéis muçulmanos — palestinos e estrangeiros, principalmente jovens — de entrar no santuário para conduzir suas orações da manhã.

O Departamento de Recursos Islâmicos em Jerusalém confirmou que mais de 750 colonos ilegais invadiram a mesquita na manhã de hoje (21). Desde domingo (17), as incursões da Páscoa judaica (Pesach) registraram 3.670 colonos.

LEIA: Israel falhou em promover sua narrativa na agressão à Al-Aqsa, diz Hamas

A partir desta sexta-feira (22), pelos últimos dez dias do mês sagrado do Ramadã, Tel Aviv deve impedir a entrada de não-muçulmanos em Al-Aqsa. Em teoria, turnês coloniais serão proibidas.

Isso não impediu, contudo, que grupos palestinos condenassem as ações israelenses.

“Reiteramos aos ocupantes: se pensam que invadir Al-Aqsa vai alterar o caráter islâmico da mesquita, estão delirando”, destacou Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas. “Assim como derrotamos a marcha da bandeira, derrotaremos as incursões. A batalha está apenas começando”.

O sheikh Ekrima Sabri, imã da Mesquita de Al-Aqsa, afirmou que a tropas israelenses invadiram o local para encobrir o fracasso da “marcha da bandeira” em chegar ao Portão de Damasco. Em entrevista à Al-Aqsa TV, Sabri disse que a ocupação tenta de todos os meios alterar a realidade histórica do santuário.

De fato, as chamadas “organizações do templo” — grupos de radicais sionistas — buscam demolir as mesquitas e instalar um suposto santuário judaico da Antiguidade. As invasões regulares de colonos sob escolta policial remetem a este contexto.

Todos os colonos e assentamentos israelenses nas terras palestinas ocupadas são considerados ilegais sob a lei internacional.

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