Forças da ocupação israelense agravaram seu uso da força contra os palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental nos últimos dias, após receberam o aval de políticos sionistas, confirmou em nota o Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo, na sexta-feira (15).
Segundo o relatório, o grupo de direitos humanos documentou o assassinato de 18 palestinos na primeira metade de abril — na maioria, executados após declarações do premiê israelense Naftali Bennett, em 8 de abril, na qual conferiu mandato ao exército para conduzir uma guerra aberta contra suposto “terrorismo”.
“A violência das tropas israelenses chegou à Mesquita de Al-Aqsa nesta manhã [15 de abril], quando policiais invadiram os pátios do santuário e atacaram fiéis com brutalidade, ferindo mais de 150 palestinos e prendendo outras 400 pessoas”, reiterou o comunicado.
Conforme a declaração, a decisão das forças israelenses de invadir Al-Aqsa é injustificada e reflete a imprudência de políticos sionistas e seu aparente anseio por um conflito armado.
“Esta postura pode ter consequências severas sobre a estabilidade em Jerusalém e todo o território palestino”, acrescentou. “Foi o que aconteceu em maio do último ano.
O Monitor Euromediterrâneo documentou 47 palestinos mortos, incluindo oito menores e duas mulheres, por forças israelenses em diversos incidentes, desde o início de 2022, e destacou que o índice é quase cinco vezes maior do que o mesmo período de 2021, quando foram registrados dez assassinatos.
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A autorização política para que o exército e a polícia da ocupação operem com “liberdade absoluta para derrotar o terrorismo” pareceu abrir caminho a uma nova onda de abuso e execução sumária contra civis nos checkpoints militares e nas cidades e aldeias ocupadas.
Neste contexto, o Monitor Euromediterrâneo responsabilizou os políticos sionistas pelos crimes em questão, principalmente “mulheres e menores desarmadas, assassinados a sangue frio, sem representar qualquer ameaça à vida de soldados israelenses”.
O relatório vinculou o aumento da letalidade das tropas da ocupação a ordens deferidas pelo alto-comando em 20 de dezembro de 2021, quando soldados receberam aval para abrir fogo contra jovens palestinos acusados de atirar pedras ou coquetéis molotov.