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Palestina surda de 11 anos é atacada pela polícia israelense, mas não será notícia por não ser ucraniana

Munawar Burqan é uma menina de 12 anos com necessidades especiais que foi atingida com uma granada de efeito moral no rosto enquanto estava com sua família em Damascus Gate.

Uma menina de 11 anos foi hospitalizada após ser ferida na cabeça por uma granada disparada pela polícia israelense nesta segunda, dia 28, mas ninguém ficou sabendo porque ela não é ucraniana.

Segundo o jornalista Charlie D’Agata, da CBS, ela não é nem “relativamente civilizada”. Está na periferia do mundo, ou no cu do mundo, como diria Caetano, onde não tem gente de verdade.

Aconteceu durante confrontos perto do Portão de Damasco, enquanto palestinos se reuniam em Jerusalém para um feriado islâmico.

A polícia israelense atacou mulheres e crianças com bombas de efeito moral e canhões d’água de alta pressão. Uma garota em cadeira de rodas foi agredida e outra agarrada pelos cabelos e outro imobilizado com o joelho de um policial e outros espancados.

A menina palestina foi levada para o hospital Hadassah Ein Karem, e estava em “condições moderadas”.

A família a identificou como Manwar Burqan, moradora do bairro de classe média de Shuafat, em Jerusalém Oriental. Manwar é surda e frequenta uma escola para pessoas com necessidades especiais.

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No total, 25 palestinos ficaram feridos durante os confrontos, segundo a entidade Crescente Vermelho, e vinte foram presos.

Eles celebravam a milagrosa “viagem noturna” do profeta Maomé, de Meca à Terra Prometida. De acordo com a tradição islâmica, Maomé ascendeu ao céu da Mesquita de Al-Aqsa, que os judeus também reverenciam.

Manwar não é loira e nem tem olhos azuis, portanto não é ninguém para a mídia. Na verdade, ela está atrapalhando o circo de Zelensky e do pessoal da GloboNews e, se morrer, estará fazendo um favor à turma que reza pela paz mundial contra a monstruosa Rússia.

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Publicado originalmente em DCM

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