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Argélia está pronta para fornecer gás à Europa

A gigante estatal de energia da Argélia Sonatrach na capital, Argel, em 8 de fevereiro de 2015 [Farouk Batiche/AFP/Getty Images]

O Grupo Argelino de Petróleo e Gás Sonatrach manifestou a sua disponibilidade para fornecer à Europa quantidades adicionais de gás através do gasoduto que liga a Argélia à Itália, caso as exportações russas sejam reduzidas devido à guerra na Ucrânia, disse ontem o CEO da empresa.

Em entrevista ao jornal francês La Liberté, Toufik Hakkar disse que a Sonatrach “é um fornecedor de gás confiável para o mercado europeu e está pronta para apoiar seus parceiros a longo prazo caso a situação se deteriore”.

Acrescentou que a disponibilização de quantidades adicionais de gás natural ou liquefeito está ligada ao “atendimento das necessidades do mercado nacional e às obrigações contratuais” com parceiros estrangeiros.

De acordo com Hakkar, a Sonatrach “tem capacidades de exportação inexploradas através do oleoduto TransMed”, que liga a Argélia e a Itália através da Tunísia. Esses recursos podem ser utilizados para “aumentar as quantidades para a Europa”.

A capacidade de bombeamento do gasoduto TransMed é de cerca de 32 bilhões de metros cúbicos anuais, quatro vezes maior que o gasoduto Medgaz, que abastece a Espanha com gás argelino.

O CEO da Sonatrach acrescentou que o gás argelino pode chegar aos países que não estão ligados aos dois gasodutos, através do gás liquefeito transportado por navios. Ele observou que a Europa é o “mercado natural e preferido” para a Argélia. Argel fornece atualmente 11 por cento das necessidades de gás da Europa.

O ex-ministro da Energia Abdelmadjid Attar explicou que “a Argélia exporta cerca de 22 bilhões de metros cúbicos pelo oleoduto TransMed”, que também tem capacidade para outros dez bilhões de metros cúbicos para exportação.

A Rússia exporta entre 150 bilhões e 190 bilhões de metros cúbicos de gás para a Europa a cada ano, normalmente atendendo 30-40 por cento da demanda em todo o continente.

É responsável por 65 por cento das importações da Alemanha, potência econômica da Europa, e 100 por cento para países como Letônia e República Tcheca, informou o Guardian.

Houve temores de que a guerra de Moscou contra a Ucrânia e as sanções impostas à Rússia pela UE e pelos EUA possam levar ao desligamento do gasoduto e à Europa lutando para encontrar fontes alternativas de energia.

LEIA: Ninguém pode substituir gás natural da Rússia à Europa, alerta Catar

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