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Governo libanês se distancia das críticas do Hezbollah à Arábia Saudita

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, em Beirute, em 28 de dezembro de 2021 [Primeiro-ministro libanês/Agência Anadolu]

O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, repreendeu o movimento Hezbollah depois que seu secretário-geral, Sayyed Hassan Nasrallah, acusou a Arábia Saudita de exportar a ideologia do Daesh e mirar no rei Salman, que ele descreveu como um “terrorista”.

Entrando no Twitter, Mikati disse: “Pelo amor de Deus, tenha misericórdia do Líbano e do povo libanês e pare de [alimentar] o ódio político e sectário”.

“Pedimos a adoção da política de dissociação das disputas árabes e abstenção de prejudicar os laços do Líbano com os países árabes, incluindo a Arábia Saudita”, disse Mikati, e expressou oposição ao que ele descreveu como “tendência de posições” do Hezbollah que ferem o povo libanês e os laços do país com seus “irmãos”.

“O que […] Nasrallah disse sobre o Reino da Arábia Saudita esta noite não representa a posição do governo libanês ou da população libanesa em geral. E não é do interesse do Líbano prejudicar qualquer país árabe, especialmente os países do Golfo”, acrescentou ele.

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Nasrallah fez os comentários depreciativos na segunda-feira sobre o Reino e seu monarca enquanto falava no segundo aniversário do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, que foi morto em um ataque drone dos EUA em Bagdá, ao lado do vice-chefe das Forças de Mobilização Popular do Iraque (PMF).

“O terrorista é aquele que enviou milhares de sauditas para conduzir operações suicidas no Iraque e na Síria, e é você”, disse Nasrallah no discurso transmitido pela televisão. Ele também denunciou os EUA por seu apoio à coalizão liderada pelos sauditas contra o Iêmen.

“O terrorista é aquele que toma centenas de milhares ou dezenas de milhares de libaneses como reféns e ameaça o estado libanês de despejá-los”, disse o líder do Hezbollah, em uma aparente resposta a comentários anteriores do rei Salman na semana passada, que apelou ao Líbano para acabar com a influência do “terrorista Hezbollah” sobre o Estado. O atual governo formado por Mikati em setembro inclui ministros pertencentes tanto ao Hezbollah quanto ao movimento Amal.

Os comentários também vêm em meio à crise diplomática que eclodiu em outubro entre o Líbano e quatro estados do Golfo, liderados por Riad, depois que o ex-ministro da Informação Youssef Kordahi condenou a campanha “absurda” liderada pelos sauditas no Iêmen. No mês passado, Kordahi renunciou ao cargo, dizendo que estava colocando a Nação acima de seus interesses pessoais. As tensões permanecem, no entanto, apesar das tentativas do governo libanês de consertar as relações com os estados do Golfo, que incluíram a deportação de dissidentes do Bahrein. No mês passado, Mikati disse que “rejeitou usar o Líbano como plataforma para insultar o Reino do Bahrein”, além de outros países árabes.

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