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Alemanha critica Israel por classificar ongs palestinas como ‘terroristas’

Manifestantes exibem faixa com os dizeres “Liberdade para a Palestina”, em ato contra a política israelense de demolir casas palestinas em Jerusalém ocupada, em frente ao Portão de Brandemburgo, Berlim, 30 de julho de 2019 [Erbil Basay/Agência Anadolu]

Nesta quarta-feira (27), a Alemanha expressou “grave preocupação” sobre a decisão de Israel de designar seis grupos da sociedade civil palestina como organizações terroristas.

As informações são da agência Anadolu.

“Tomamos os relatos em consideração e estamos conversando com nossos parceiros israelenses”, declarou Andrea Sasse, porta-voz da chancelaria em Berlim. “Do ponto de vista do governo federal, o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, além da capacidade de ação da sociedade civil, é decisivo”.

“Isso é o que defendemos a nossos parceiros, é claro, também no Oriente Médio”, acrescentou. “Dessa forma, estamos muito preocupados sobre a decisão israelense”.

Sasse pediu a Tel Aviv maiores informações sobre o embasamento da recente decisão.

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“A designação de entidades completas como terroristas é um passo de grande impacto político, jurídico e financeiro às próprias entidades, além de todo o ambiente da sociedade civil”, reiterou. “Portanto, esperamos mais detalhes do lado israelense”.

A investida de Israel também incitou críticas do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas. Sua presidente, Michelle Bachelet, exortou a revogação imediata da medida, ao denunciá-la como ataque às liberdades de associação e mobilização pública.

Bachelet reafirmou ainda que as organizações em questão são alguns dos “grupos de direitos humanos com melhor reputação nos territórios palestinos ocupados”, que colaboram há décadas com os serviços humanitários das Nações Unidas.

“Reivindicar direitos junto da ONU ou outros fóruns internacionais não é terrorismo; defender os direitos das mulheres nos territórios ocupados não é terrorismo; fornecer ajuda legal a palestinos encarcerados não é terrorismo”, insistiu Bachelet em comunicado.

Os seis grupos criminalizados por Israel são: as ongs de direitos humanos Al-Haq e Addameer; a Defesa Internacional da Infância – Palestina; o Centro Bisan de Pesquisa e Desenvolvimento; a Federação de Mulheres Palestinas; e o Sindicato de Comitês Agrários.

As organizações são responsáveis por documentar e denunciar violações de direitos humanos perpetuadas pela ocupação israelense contra a população nativa.

Israel alega que as organizações da sociedade civil são vinculadas ou filiadas à Frente Popular para a Libertação da Palestina, grupo designado “terrorista” pela ocupação.

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