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Parlamentar libanês é acusado de manter itens roubados de Palmira em seu gabinete

Artefatos roubados das ruínas de Palmira, na região central da Síria, foram supostamente avistados no gabinete do parlamentar libanês Nohad Machnouk

Artefatos roubados das ruínas de Palmira, na região central da Síria, foram supostamente avistados no gabinete do parlamentar libanês Nohad Machnouk, durante entrevista concedida à emissora de televisão local Al-Jadeed.

O caso retomou o debate sobre o contrabando de antiguidades na região.

Os objetos, vistos no plano de fundo de sua entrevista por videoconferência, consistem em cabeças de estátuas que remetem ao sítio arqueológico.

Saad Fansa, diretor da Associação el-Adiyat para Proteção das Antiguidades em Damasco, afirmou ao site de notícias Enab Baladi que as estátuas em questão foram saqueadas do museu sírio radicado em Palmira, entre 2014 e 2015.

Ao longo da guerra civil, Palmira e outros locais históricos foram tomados pelo grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh); mais tarde, foram recapturados pelo regime de Bashar al-Assad.

As ruínas romanas foram então sujeitas a saques por quase uma década, alimentando uma rede internacional de contrabando de antiguidades. O vizinho Líbano tornou-se um mercado majoritário, pela facilidade de transportar artefatos através da fronteira.

No decorrer dos anos, esforços internacionais tentaram localizar e recuperar os artefatos.

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Segundo o jornalista Omar al-Buniya, a Interpol solicitou à Diretoria-Geral de Antiguidades e Museus da Síria detalhes sobre os itens extraviados. Porém, devido à falta de arquivos adequados, a agência repassou o problema a “missões estrangeiras” na Síria.

Segundo Ayman al-Nabo, diretor do Museu de Idlib — bastião oposicionista no noroeste do país —, Damasco deliberadamente não mantém documentos sobre as antiguidades.

Al-Nabo acusa oficiais do regime de participar ativamente no comércio ilegal de objetos históricos, de modo que a falta de registro favorece o contrabando.

Apesar da semelhança com os artefatos roubados, Machnouk insistiu ao website Megaphone que os objetos estão em seu escritório há mais de dez anos, conforme documentos e regulações promulgadas pelo Ministério da Cultura.

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