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Espada cruzada de 900 anos é descoberta perto de Haifa

Espada datada da era dos cruzados em uma praia de Cesareia, dias após ser descoberta por um mergulhador local, 19 de outubro de 2021 [JACK GUEZ/AFP via Getty Images]

Uma espada datada de aproximadamente 900 anos foi descoberta por um mergulhador local na costa norte do território considerado Israel.

A lâmina de um metro de extensão, coberta de cracas, provavelmente pertenceu a um cavaleiro cruzado e foi encontrada por Shlomi Katzin, no leito marinho da região de Carmel, perto da cidade portuária de Haifa, reportou a Autoridade de Antiguidades Israelense (AAI).

Nir Distelfeld, inspetor da Unidade de Prevenção de Roubo da AAI, comentou a descoberta: “A espada, preservada em perfeitas condições, é um achado raríssimo e maravilhoso que evidentemente pertencia a um cavaleiro cruzado”.

“[A espada] foi encontrada incrustada de organismos marinhos, mas aparentemente é feita de ferro”, acrescentou. “É emocionante achar um item tão particular, que nos leva nove séculos de volta no tempo, a uma época distinta de cavaleiros e armaduras”.

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Kobi Sharvit, diretor da Unidade de Arqueologia Marinha do AAI, afirmou ao jornal israelense Haaretz que a espada possivelmente caiu no Mar Mediterrâneo durante o percurso das Cruzadas em direção à Terra Santa.

“As condições atraíram navios mercantes ao longo do tempo, que deixaram para trás riquíssimas descobertas arqueológicas”, argumentou Sharvit. “Carmel possui baías naturais que deram abrigo a navios antigos durante as tempestades”.

Tanto os cruzados europeus quanto seus oponentes islâmicos — aiúbidas e mamelucos — utilizavam espadas de lâmina reta, confirmou o arqueólogo Rafi Lewis ao Haaretz. “A forma básica não evoluiu muito desde a época dos vikings, no século XIV”, reiterou.

Conforme especialistas, embora lâminas não-cerimoniais islâmicas tenham sido encontradas na região, cimitarras curvas — com raízes na Ásia Central e associadas equivocadamente aos exércitos islâmicos no período das Cruzadas — costumam datar do século XIII.

Segundo Ernle Bradford, autor do livro The Sword and the Scimitar (A Espada e a Cimitarra): “A espada em forma crescente, árabe e asiática, era uma excelente arma de corte, sobretudo quando usada em cavalaria, pois era mais leve e flexível que as espadas normandas”.

Uma vez estudada, limpa e restaurada pelos laboratórios da AAI, a espada deve ser exposta ao público em um museu local.

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