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Ennahda rejeita formação de ‘governo de facto’ na Tunísia

Presidente da Tunísia Kais Saied (centro) posa com seu novo governo após cerimônia de posse no Palácio Presidencial de Cartago, em Túnis, 11 de outubro de 2021 [Presidência da Tunísia/Agência Anadolu]

O movimento Ennahda — maior partido da Tunísia — condenou ontem (14) o que descreveu como “governo de facto” liderado pela premiê recém empossada Najla Bouden.

Em nota, o Ennahda insistiu que o governo “viola procedimentos constitucionais”.

“Perder a legitimidade do governo agravará os desafios e obstáculos enfrentados em torno de assuntos nacionais e junto de parceiros internacionais … além de dividir o povo, alimentar conflitos e prejudicar a unidade nacional”, afirmou o comunicado.

O Ennahda enfatizou ainda seu repúdio sobre a “suspensão da constituição e instituições de estado”, advertiu contra a “pressão contínua ao judiciário” e exortou “respeito à independência judicial para executar seus deveres ao proteger direitos e liberdades”.

Em 25 de julho, o presidente Kais Saied apelou ao Artigo 80 da Constituição para destituir o premiê Hicham Mechichi, congelar o parlamento, revogar imunidade de ministros e outorgar a si próprio máxima autoridade executiva, até formar um novo governo.

Nas semanas anteriores, protestos violentos eclodiram em diversas cidades do país, criticando a abordagem do governo sobre a crise econômica e o coronavírus. Na ocasião, alguns manifestantes reivindicaram a dissolução do parlamento.

A maioria dos partidos políticos, no entanto, rechaçou os avanços de Saied como golpe contra a Constituição e as conquistas democráticas da revolução de 2011.

Saied indicou Najla Bouden como nova primeira-ministra em 29 de setembro, mais de dois meses após ações descritas como “golpe de estado”.

LEIA: Manifestantes da Tunísia atacam equipe de TV

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