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Ex-prisioneiro palestino relata suas três fugas das cadeias de Israel

Mulheres palestinas protestam por seus parentes aprisionados nas cadeias de Israel, em 9 de setembro de 2021 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

Após a fuga espetacular dos seis prisioneiros palestinos de Gilboa — presídio de segurança máxima no norte de Israel, conhecido como “O Cofre” —, o ex-boxeador e prisioneiro político Hamza Younis relatou sua própria experiência nas cadeias sionistas.

Hoje residente na Suécia, em entrevista exclusiva à rede Politics Today, Younis recordou não apenas uma ocasião, mas três fugas que conseguiu realizar — em 1964, 1967 e 1974.

Em 1964, uma rebelião culminou em confronto com carcereiros israelenses, que se espalhou pelo pátio da prisão. Younis e companheiros então deixaram suas celas.

“Quando saímos, atiravam em nós. Entramos em um laranjal e fugimos a Gaza. Era 17 de abril de 1964 e ficamos em Gaza por três anos”, explicou Younis.

Quando Israel invadiu Gaza, Cisjordânia e os países árabes vizinhos, em 1967, Younis decidiu combater pela resistência palestina na pequena faixa costeira.

“Fui ferido ao defender Gaza e conseguiram me prender”, acrescentou.

Younis retornou à prisão e foi interrogado por soldados israelenses, a despeito da ferida aberta em sua perna — guardas então alertaram para a urgência de uma cirurgia.

“Dois carcereiros eram responsáveis por mim no Hospital Britânico, mas quando viram que eu não podia me mover, que urinava em minha cama, exceto com a ajuda de uma cadeira de rodas, se recusaram a me ajudar”, destacou o ex-prisioneiro palestino.

“Então, em 26 de junho de 1967, com ajuda de uns amigos, escapei do hospital”.

Algumas semanas depois, em 6 de agosto, Younis adotou a identidade de um estudante palestino de volta às aulas para viajar de carro à Cisjordânia ocupada.

LEIA: A cruel e ilegal realidade dos presos palestinos

Após ser recapturado e condenado a sete penas perpétuas mais 350 anos de prisão, a mídia israelense — presente durante o julgamento — reportou que Younis morreria antes de voltar a ver a luz do dia. Entretanto, sua terceira e última fuga ocorreu em 1974.

“Eu lhes disse que não era responsável pela sentença que me deu um juiz, mas sim responsável por minha própria palavra”, observou o veterano palestino na diáspora. “Eu lhes disse: ‘Vou ficar na prisão por apenas dois anos e deixá-los a seguir’”.

Foi exatamente o que aconteceu. Para saber como conseguiu escapar pela terceira vez e ter acesso à entrevista completa (em inglês), clique aqui.

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