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Artista brasileiro é selecionado para o catálogo do Salão Latino-Americano de Gravura Palestina Livre

Gravura “Terra, paz e justiça”, de Lucas Leite, é a única representante brasileira entre as 21 obras escolhidas para o catálogo da exposição

O artista visual Lucas Leite, carioca radicado em Caxias do Sul-RS, foi selecionado para participar do III Salão Latino-Americano de Gravura Palestina Livre, promovido pela embaixada da Palestina na Argentina.

O trabalho selecionado, a xilogravura inédita “Terra, paz e justiça” (38 cm x 28 cm, 2021), integrará uma exposição com as obras de outros 63 artistas latinos, em data ainda indefinida.

A gravura é a única representante brasileira entre as 21 escolhidas para o catálogo da exposição.

“Queria criar uma imagem que fosse um alento para o povo palestino, uma imagem que trouxesse esperança”, explica o artista de 30 anos.

Para criar a gravura, já com o intuito de inscrevê-la no concurso, Lucas reuniu inúmeras referências de cartazes antigos (veja algumas neste arquivo incrível do Palestine Poster Project e se aprofundou no tema através de filmes e livros.

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“Procurei trabalhar mais a questão da resistência e da liberdade do que dos conflitos em si”, diz ele. “Não queria dar essa conotação da terra arrasada, destruída por bombardeios, mas sim de um povo que segue em frente; algo que me alimentaria se eu estivesse lá”.

Depois de muitos esboços, ele chegou à figura central da mulher – “da potência do feminino” – e do enraizamento – “de algo muito profundo, que não tem como tirar dali”.

A posição em que a mulher se encontra na imagem, levemente agachada, é normalmente associada à luta, ao enfrentamento, de quem confronta com pedras as armas e tanques das forças de ocupação israelense.

Substituir as pedras por uma flor foi a maneira que Lucas encontrou para sintetizar sua mensagem:

“Daí o nome ‘Terra, paz e justiça’, que na minha visão é o que o povo ali clama”.

Embora não seja de origem palestina, Lucas diz ter uma afinidade muito grande com a questão – “e com os povos árabes como um todo” – desde o período da graduação na UFRRJ e dos encontros estudantis, onde teve os primeiros contatos com o assunto.

“Em um mundo tão fragmentado, admiro muito esse aspecto comunitário de luta, assim como fazem também os povos indígenas aqui no Brasil”.

Segundo os organizadores, o III Salão de Latino-Americano de Gravura Palestina Livre circulará também por outras embaixadas palestinas no mundo, e na própria Palestina.

Mais informações sobre o evento em https://bit.ly/salaopalestinalivre.

Contatos com o artista pelo e-mail [email protected] ou pelo Instagram abaixo, onde é possível conhecer mais sobre o seu trabalho.

Publicado originalmente em FEPAL

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