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Autoridade Palestina pede intervenção internacional para deter crimes de Israel contra presos palestinos

A Autoridade Palestina (AP) emitiu uma nota nesta segunda-feira (13), advertindo contra “as medidas de retaliação de Israel e crimes contra os detentos palestinos, incluindo ações de tortura”, pedindo intervenção imediata da comunidade internacional e de organizações internacionais para garantir a proteção dos mesmos. De acordo com o Quds News, o tribunal de ocupação israelense decidiu impedir que os quatro palestinos que fugiram da prisão de Gilboa encontrem com seus advogados

“A decisão de Israel de impor formas adicionais de punição coletiva aos 4600 palestinos detidos ilegalmente, incluindo mulheres e crianças, assim como suas famílias, exacerba as condições de seu encarceramento ilegal e desumano. Trata-se de uma indignidade ultrajante e inaceitável que é totalmente incompatível com suas obrigações sob o direito internacional”, diz a nota, publicada nas redes do Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina.

“A escalada dos crimes contra os detentos palestinos está enraizada nos tribunais militares discriminatórios de Israel que são amplamente reconhecidos como uma mancha nos princípios da justiça, pois não atendem a nenhum padrão de justiça ou devido processo. O sistema de tribunais militares de Israel é ilegal e desumano por definição e deve ser desmontado”, afirmam.

“O Estado da Palestina considera Israel, o Poder ocupante, totalmente responsável pela saúde e bem-estar dos detentos palestinos, incluindo, Zakaria Zubeidi, Mahmoud Abdullah Ardah, Muhammad Qassem Ardah, Yacoub Mahmoud Qadri, Ayham Nayef Kammaji e Munadil Yaqoub Infaat”, disseram sobre os seis prisioneiros palestinos que conseguiram fugir da prisão de alta segurança de Gilboa, no norte de Israel, na segunda-feira passada.

Quatro deles foram recapturados pelas forças de ocupação israelense. Zakaria Zubeidi, um deles, foi transferido ontem (12) para o hospital devido à brutal surra a que foi submetido durante sua prisão.

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Hasan Abed Rabbo, porta-voz da Comissão de Assuntos dos Detentos Palestinos, disse à WAFA que Zubeidi, de 46 anos, sofreu com uma agressão extrema no rosto e após uma piora em seu caso, foi levado para o Centro Médico Rambam em Haifa para tratamento.

Rabbo disse que nenhum dos advogados da Comissão pôde visitar nenhum dos quatro prisioneiros para verificar suas condições de saúde, e que a única informação disponível até agora só veio através da Agência de Segurança Israelense (Shin Bet).

Hoje a Quds News noticiou que, de acordo com o advogado palestino Khalid Mahajneh, o tribunal de ocupação israelense decidiu impedir que os quatro palestinosse encontrem com seus advogados.

De acordo com a Agência Anadolu, o advogado de defesa de Zubeidi, Avigdor Feldman, havia pedido anteriormente ao tribunal que transferisse o prisioneiro palestino para o hospital para tratamento, dizendo que oficiais israelenses haviam escondido o rosto de Zubeidi das câmeras durante a sessão de sábado do tribunal para esconder seus ferimentos. No sábado, o tribunal prorrogou a detenção policial de Zubeidi e dos outros três prisioneiros até 19 de setembro.

O irmão de Zubeidi, Jibril Zubeidi, denunciou nas redes sociais as condições às quais seu irmão está sendo submetido. “Meu irmão está sendo submetido à tortura mais brutal. Eles o estão eletrocutando e espancando. Eles quebraram a perna dele e ele não está dormindo. Eles o torturam com eletricidade, quebram sua perna e o impedem de dormir.  Estão forçando-o a se colocar em posições de estresse, apoiando-se na sua perna quebrada e praguejando contra ele”.

Segundo a mídia israelense, ele está mantendo o direito de permanecer em silêncio durante as sessões de interrogatório e se recusa a cooperar com o Shin Bet israelense.

“Os detentos palestinos há muito sofrem as notórias ações criminosas de Israel, incluindo torturas sistemáticas e generalizadas e outros tratamentos cruéis. Eles devem receber as proteções e salvaguardas a que têm direito”, disse a Autoridade Palestina. “A comunidade internacional e as organizações internacionais, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas, devem assegurar e defender o direito à vida e a melhores condições de vida para os detentos palestinos.  O Estado da Palestina também apela ao CICV e às Altas Partes Contratantes da Convenção de Genebra para que cumpram suas obrigações e protejam os detentos palestinos”.

No sábado, organizações legais e de direitos humanos também pediram ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) que interviesse e coordenasse uma visita imediata aos quatro prisioneiros palestinos que foram capturados por Israel após sua fuga da prisão israelense de Gilboa na semana passada.

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“A luta palestina é marcada pela persistência implacável de nosso povo pela liberdade. Saudamos nossos detentos e sua coragem, determinação e espírito de resistência e firmeza. Trabalharemos incansavelmente para garantir sua liberdade”, completa a AP.

Hoje, trabalhadores do município de Nablus fizeram uma vigília em apoio aos presos políticos palestinos dentro das prisões de ocupação israelenses, que estão lutando com a campanha de repressão israelense.

 

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