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Empreiteira emiradense planeja investir US$15 bi no Egito

Arranha-céus em construção na cidade de Giza, Egito, 12 de março de 2019 [Mohamed el-Shahed/AFP via Getty Images]

A gigante do mercado imobiliário Sky Abu Dhabi Developments alegou estar nos estágios finais das negociações para injetar US$15 bilhões em projetos no Egito, nos próximos dois anos.

O valor abrange mais de US$4 bilhões até o fim deste ano, segundo informações da agência Reuters. Um dos projetos será desenvolvido no litoral norte do país e outro na cidade de Novo Cairo, região metropolitana da capital egípcia.

A empreiteira emiradense lançou seu primeiro projeto no Egito em março, na chamada Nova Capital Administrativa, projeto multibilionário em obras desde 2015, que deverá abrigar agências do governo, embaixadas, ministérios, parlamento e palácio presidencial.

O exército egípcio, sob diretrizes do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi,  exerceu grande papel na promoção e financiamento do projeto.

O preço inicial das unidades residenciais da empreiteira na nova capital é estimado em 1.4 milhões de libras egípcias (US$90 mil), fora do alcance do consumidor médio. No Egito, um terço da população vive com apenas 23 libras por dia — isto é, US$1.50.

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A Sky Developments quer lucrar com o crescimento do mercado imobiliário no Egito e adquiriu cerca de 96.600 m² em propriedades na nova capital, pelo custo de 5.500 libras egípcias (US$350) por metro quadrado, reportou a Reuters.

A empresa emiradense possui até então mil unidades residenciais e 15.000 m² em espaços comerciais e escritórios de serviços.

Muitos acreditam que o dinheiro gasto na nova capital deveria ser aplicado para desenvolver a periferia da zona metropolitana do Cairo, onde casas sofrem risco de desabamento.

A pressão do regime militar de Sisi para investir em partes do país é veementemente criticada por residentes locais, sobretudo os mais pobres, que denunciam demolições arbitrárias para dar lugar a megacidades e instalações de luxo.

A ilha Warraq, no centro do rio Nilo, tornou-se centro do debate. Autoridades demoliram lares e despejaram habitantes nativos para construir uma zona portuária e arranha-céus.

Em agosto de 2019, beduínos em Marsa Matrouh, na costa norte, realizaram um protesto sit-in contra a apreensão de suas terras, então vendidas aos Emirados Árabes Unidos.

Propriedades litorâneas são regularmente demolidas sob pretexto de serem construídas em terras estatais. Em novembro de 2015, durante um fórum econômico em Marsa Matrouh, Emirados e Arábia Saudita prometeram investir milhões na região.

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