Palestinos realizaram protestos em massa no centro da cidade de Ramallah, Cisjordânia ocupada, nesta segunda-feira (2), para exigir justiça ao ativista político Nizar Banat, assassinado sob custódia da Autoridade Palestina.
Quarenta dias após a morte de Banat, manifestantes reuniram-se e exibiram cartazes com os dizeres: “Abbas, ouça-nos, dissolva a Autoridade e vá embora!”
Os manifestantes também condenaram a contínua cooperação de segurança entre a Autoridade Palestina e a ocupação israelense, com o objetivo de “perseguir e liquidar” membros da resistência palestina.
Os atos também celebraram a resiliência dos moradores de Sheikh Jarrah, em Jerusalém ocupada, apesar da forte pressão israelense para que deixem suas casas.
Hussein Abu Kwaik, membro do Hamas, comentou: “Nizar Banat foi oprimido e assassinado por defender os palestinos, agora os palestinos demandam justiça por ele”.
“Nizar Banat era um homem de palavra e revolução”, prosseguiu Abu Kwaik. “Sacrificou seu tempo, sangue e suor em nome de nossos direitos. Eles o assassinaram porque não querem que os palestinos vivam em liberdade ou dignidade. Eles nos querem como rebanho”.
Abu Kwaik exortou a Autoridade Palestina a realizar eleições livres o mais breve possível, ao reiterar ser a única saída para o presente impasse político, social e econômico.
Banat — eloquente crítico da Autoridade Palestina, da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e do partido hegemônico Fatah, todos sob liderança de Abbas — foi morto em 24 de junho, após ser detido pela polícia palestina.
Banat registrou-se este ano como candidato ao Conselho Legislativo Palestino, cujas eleições foram canceladas por Abbas em meados de maio.
O ativista expôs a corrupção vigente entre a cúpula palestina, sobretudo o acordo com Israel para trocar vacinas contra o covid-19 próximas da validade por doses recém fabricadas, para distribuí-las na Cisjordânia. O acordo foi revogado após sua denúncia.
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