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Cristãos palestino-americanos exortam Biden a reavaliar política sobre o Hamas

Presidente dos Estados Unidos Joe Biden em Washington DC, 25 de maio de 2021 [Tasos Katopodis/UPI/Bloomberg via Getty Images]
Presidente dos Estados Unidos Joe Biden em Washington DC, 25 de maio de 2021 [Tasos Katopodis/UPI/Bloomberg via Getty Images]

Em carta, a Aliança pela Paz Cristã Palestina (PCAP) exortou o presidente americano Joe Biden a reconsiderar sua política sobre o Hamas, ao argumentar que o grupo de resistência não representa um órgão terrorista, mas sim uma autoridade eleita.

O documento sucede comentários feitos pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken, em visita a Ramallah, Cisjordânia ocupada, em 25 de maio.

Segundo a PCAP, em coletiva de imprensa na ocasião, Blinken reconheceu as aspirações palestinas: “Viver em liberdade e segurança; respeito a seus direitos básicos, incluindo o direito de escolher seus líderes; acesso igual a oportunidades; e tratamento digno”.

Em seu apelo, a organização reiterou uma “cooperação mais positiva que ocorre hoje entre Estados Unidos e palestinos” e exortou Biden a “apoiar eleições justas e transparentes, incluindo candidatos do Hamas e os eleitores em Jerusalém Oriental”.

Alex Awad, copresidente da PCAP, comentou: “Durante os eventos de maio em Sheikh Jarrah, no portão de Damasco e na Mesquita de Al-Aqsa, após os bombardeios israelenses a Gaza, a grande mídia americana insistiu em descrever o Hamas como órgão terrorista”.

Prosseguiu:

A simples descrição reportada uma e outra vez parece justificar a resposta assimétrica de Israel às ações do Hamas na mente de muitos americanos. Queremos dialogar com oficiais e com o público para que possam enxergar outra perspectiva.

Acrescentou Awad: “Acreditamos que designar o Hamas como ‘organização terrorista’ omite uma verdade mais complexa — de que o movimento é reflexo e resultado do status quo injusto e insustentável nas terras palestinas”.

LEIA: Fechamento de Gaza por Israel põe vidas em risco, alerta parlamentar palestino

A PCAP enfatizou que o Hamas venceu as eleições parlamentares de 2006 sob monitoramento de ongs dos Estados Unidos. Entretanto, após a vitória, Washington recuou de seu apoio ao processo democrático e suspendeu doações à Autoridade Palestina.

“Temos de dizer que o Hamas responde a décadas de violência israelense e mais de catorze anos de bloqueio por ar, mar e terra que devastou Gaza”, afirmou a PCAP.

A mensagem reiterou ainda que o Hamas fornece a maioria dos serviços diários aos dois milhões de residentes da Faixa de Gaza.

“Muitos palestinos apoiam o Hamas pois enxergam pouco ou nenhum benefício do governo do Fatah e do que obtiveram com os sucessivos processos de paz”, acrescentou. “O Hamas possui inclusive cristãos palestinos entre seus representantes e apoiadores”.

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