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Presidente do Haiti é assassinado a tiros em casa

Presidente do Haiti, Jovenel Moïse, com a primeira-dama, Martine Moïse, durante a cerimônia de posse no parlamento, em 9 fevereiro de 2017 [Igor Rugwiza / UN/MINUSTAH]
Presidente do Haiti, Jovenel Moïse, com a primeira-dama, Martine Moïse, durante a cerimônia de posse no parlamento, em 9 fevereiro de 2017 [Igor Rugwiza / UN/MINUSTAH]

O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, de 53 anos, foi assassinado a tiros nesta madrugada (7) por homens que invadiram sua residência, em Porto Príncipe, anunciou o primeiro-ministro interino, Claude Joseph. A primeira-dama, Martine Moïse, 47 anos, foi baleada e está em estado crítico; ela foi transferida para Miami, Estados Unidos, para receber tratamento.

O premiê afirmou que os assassinos falavam “inglês e espanhol”; as línguas oficiais do Haiti são o crioulo e o francês. Joseph descreveu como um “ato odioso, desumano e bárbaro”. “O Presidente foi assassinado em sua casa por estrangeiros que falavam inglês e espanhol. Atacaram a residência do Presidente da República”, disse o primeiro-ministro. Ele pediu calma à população, afirmando que a Polícia Nacional do Haiti e o Exército foram convocados para garantir a ordem e investigar os assassinatos.

Segundo Joseph, após o ataque, que aconteceu por volta de uma da manhã, tiros puderam ser ouvidos em vários pontos da capital haitiana. O DW relatou que o aeroporto internacional de Porto Príncipe foi fechado appós o assassinato e vários voos foram cancelados ou desviados, mas nenhuma autoridade confirmou o fechamento. O presidente da República Dominicana ordenou o fechamento da fronteira com o Haiti e um reforço da vigilância na área. O Conselho de Segurança da ONU havia alertado no dia 1º de julho sobre a crescente onda de violência no país.

O presidente Moïse havia escolhido um novo primeiro-ministro nesta segunda-feira (5). Sua última mensagem no Twitter anunciava a nomeação de Ariel Henry. Ele elogiou Henry afirmando que  “seu senso de Estado, sem dúvida, o guiará em seus esforços para criar um governo de consenso que saberá resolver os problemas atuais, em particular segurança e eleições”.

Moïse era um empresário do ramo bananeiro, eleito em 2016 com 600 mil votos, sendo que a população do país é de 11 milhões, de acordo com o Nexo. O presidente haitiano governava por decretos há mais de um ano e dissolveu o parlamento após o adiamento das eleições legislativas previstas para 2018.

A oposição o acusava de tentar aumentar o seu poder e alegava que o mandato havia terminado no início deste ano. Ele afirmava que seu governo só terminaria em 2022, já que parte do mandato foi conduzido por uma gestão interina, uma interpretação. Além de dissolver o parlamento, ele também tentou modificar a Constituição e queria impor a possibilidade de reeleição, proibida no país desde 1986 com o fim da ditadura de François Duvalier.

Em fevereiro, o governo haitiano afirmou que conseguiu impedir uma tentativa de golpe e assassinato do presidente, na ocasião 23 pessoas foram detidas.

LEIA: Bachelet pede medidas urgentes contra abusos nas prisões do Haiti

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