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‘Nenhum acordo para resolver a questão da memória nacional com a França’, insiste o presidente da Argélia

O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, fala do lado de fora de uma seção eleitoral em Bouchaoui, nos arredores da capital da Argélia, Argel, em 12 de junho de 2021 [Ryad Kramdi/AFP via Getty Images]
O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, fala do lado de fora de uma seção eleitoral em Bouchaoui, nos arredores da capital da Argélia, Argel, em 12 de junho de 2021 [Ryad Kramdi/AFP via Getty Images]

O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, sublinhou no domingo que não vai desistir do “arquivo da memória” relacionado com os crimes cometidos pela França durante a era colonial (1830-1962), informou a Agência Anadolu. Tebboune deixou isso claro em uma mensagem ao povo argelino no 59º aniversário da independência da Argélia da França, publicada no Facebook.

O presidente disse que o assunto será abordado “com o objetivo de proteger os direitos da Argélia contra as terríveis tragédias e crimes hediondos” que foram cometidos durante a era colonial. Ele descreveu a colonização de seu país pela França como abominável e que envolvia assassinato, abuso e destruição.

A Argélia pede um acordo abrangente com base no “reconhecimento final e abrangente da França de seus crimes contra os argelinos, um pedido de desculpas e uma compensação justa”.

No domingo, o ministro dos Veteranos de Guerra da Argélia, Tayeb Zitouni, disse que “a França ainda se recusa a entregar os mapas dos experimentos nucleares que conduziu no deserto argelino durante os anos 1960”. As autoridades coloniais francesas realizaram uma série de testes nucleares no deserto argelino – quatro acima do solo e treze subterrâneos – entre 1960 e 1966.

Estima-se que cerca de cinco milhões de argelinos foram mortos pelas autoridades coloniais francesas. Em 2012, o ex-presidente da França, François Hollande, reconheceu os massacres pela primeira vez durante uma visita à Argélia.

Tebboune disse em maio que as relações com a França não serão melhoradas sem levar em conta o histórico e abordar a questão da memória. Esta última não pode ser dispensada, independentemente das justificativas.

LEIA: Relembrando o massacre de 45 mil argelinos

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