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Biden interfere na batalha legal entre o ex-oficial de inteligência e o príncipe herdeiro saudita

O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Saud al-Faisal (dir.), se encontra com o ex-vice-presidente dos EUA e atual presidente, Joe Biden, em Riad em 27 de outubro de 2011 [AFP via Getty Images]
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Saud al-Faisal (dir.), se encontra com o ex-vice-presidente dos EUA e atual presidente, Joe Biden, em Riad em 27 de outubro de 2011 [AFP via Getty Images]

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, preocupado com a possível divulgação de operações delicadas de contraterrorismo, está considerando intervir em uma ação movida por um ex-espião saudita contra o príncipe saudita Mohammed Bin Salman.

Os eventos que ocorrem dentro do tribunal são o capítulo mais recente em uma disputa violenta entre Bin Salman e o ex-oficial da inteligência Saad Al-Jabri, um conselheiro de longa data do deposto príncipe herdeiro Muhammad Bin Nayef da Arábia Saudita, principal rival de Bin Salman até que ele fosse removido do poder em 2017.

Essa é uma história sombria misturada com ecos do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, colunista do The Washington Post, por uma equipe saudita de assassinato no consulado do reino em Istambul em 2018.

Al-Jabri alegou na ação que ajuizou que o príncipe herdeiro Bin Salman enviou o Esquadrão Tigre, responsável pelas operações no exterior, logo após o assassinato de Khashoggi, para sequestrá-lo ou matá-lo em sua casa no Canadá.

Ele também indicou que as autoridades sauditas estão mantendo seus filhos como reféns no reino para forçá-lo a voltar para casa. Os advogados de Bin Salman negaram as acusações.

O governo dos Estados Unidos quer chegar a um acordo entre as duas partes para libertar os filhos de Al-Jabri e resolver a crise do litígio. Até agora, no entanto, nenhum progresso foi feito na resolução do conflito jurídico.

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Um advogado que representa o príncipe herdeiro e outros interesses do governo saudita se recusou a comentar o processo.

O dilema que Biden enfrenta constitui um teste clássico de lei e segurança nacional nos Estados Unidos. Os advogados de Al-Jabri entraram com uma ação cível alegando que, em 2008, seu cliente ajudou no estabelecimento de uma rede de empresas de fachada (empresas usadas para proteger a matriz da responsabilidade legal), com o objetivo principal de implementar a segurança nacional secreta e classificada em programas com o governo dos EUA.

No entanto, os conselhos de administração das empresas de fachada de propriedade do reino alegaram em vários processos que Al-Jabri e Bin Nayef se apropriaram indevidamente de nada menos que US$ 3,4 bilhões das receitas das operações.

A esse respeito, uma ação movida no Canadá declarou que “este foi apenas um roubo total”, já que um juiz canadense decidiu congelar temporariamente os bens de propriedade de Al-Jabri.

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