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Empresas e caçadores de acessos se apropriam de figuras alusivas ao Ramadã para aparecer na internet

Muçulmanos usam máscaras e mantêm o distanciamento social para conter a disseminação do coronavírus, enquanto realizam a primeira oração da sexta-feira do mês sagrado do Ramadã, na Turquia, em 16 de abril de 2021
Muçulmanos usam máscaras e mantêm o distanciamento social para conter a disseminação do coronavírus, enquanto realizam a primeira oração da sexta-feira do mês sagrado do Ramadã, na Turquia, em 16 de abril de 2021

No início do Ramadã 2021, o Instagram lançou, como faz nas grandes celebrações religiosas ou passagens comemorativas, três figurinhas para homenagear o mẽs sagrado de jejum dos muçulmanos.  As ilustrações que fazem referência à lua crescente, a uma mesquita e ao chá com tâmaras foram criadas pela artista Hala AlAbbasi, do Bahrein. A graça das imagens levou muitos internautas desinformados a associá-las a conteúdos sem qualquer relação com o Ramadã, religião ou cultura muçulmanas. Mas o uso desconectado da homenagem não foi apenas inocente.

As figurinhas que celebram o mês sagrado também ajudam a rede a funcionar como um indexador de conteúdos, facilitando aos usuários que incorporam essas imagens a ter  suas postagens direcionadas a uma área comum sobre o tema no aplicativo.  Como a visibilidade resultante é grande, estrategistas de marketing sem muita criatividade aproveitaram a oportunidade para divulgar produtos comerciais, postagens pessoais, filmes sobre qualquer coisa, em ações consideradas desrespeitosas nas redes sociais.

A prática é classificada pela gíria “pedir biscoito”, que significa se apropriar de assuntos populares para obter recompensas em acessos, visualizações e interações, como explica o site Núcleo Jor, de jornalismo, ao recomendar contra o uso das figurinhas como moeda biscoito.

A reação ao mau uso, por outro lado, teve um lado educativo, que levou várias mídias importantes a dedicar matérias para explicar  a simbologia das imagens, o sentimento muçulmano e o significado do Ramadã. Alguns exemplos são a notícia do G1, intitulada Uso de ‘figurinhas’ do Instagram sobre o Ramadã gera polêmica; saiba o que é o mês sagrado do Islã; a publicação do GQ , Sticker do Ramadan não pode ser usado como, diz especialista, e chamadas nos portais Uol, Correio Brasilense e Olhar Digital, entre outros

LEIA: Ramadã de 2021, momento de união dos muçulmanos contra a islamofobia

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