O Ministro de Relações Exteriores do Irã Mohammad Javad Zarif reiterou nesta terça-feira (13) que sanções e tentativas de sabotagem contra seu país não criarão oportunidades para negociar com Washington o retorno ao acordo nuclear; ao contrário, agravam a situação.

Os comentários do chanceler iraniano foram feitos durante uma reunião com sua contraparte russa, Sergey Lavrov, na capital Teerã, alguns dias após um suposto ataque contra a proeminente instalação nuclear iraniana de Natanz, segundo a televisão estatal local.

Durante o encontro, ambos debateram questões regionais e internacionais, incluindo cooperação bilateral de longo prazo, acordo nuclear e sanções impostas contra Teerã.

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“Os Estados Unidos devem saber que sanções e sabotagem não trarão oportunidades de negociações, mas somente complicarão a questão para eles”, declarou o ministro iraniano.

Zarif alegou ainda que Natanz logo retornará às atividades de enriquecimento de urânio com centrífugas mais sofisticadas do que aquelas danificadas pelo atentado no fim de semana.

Teerã culpou Israel pelo ataque.

Comentou Zarif: “Tel Aviv pensou que enfraqueceria a posição iraniana na questão das negociações, mas tornará o Irã ainda mais forte”.

Em seguida, o chanceler voltou a reivindicar a suspensão de todas as sanções unilaterais impostas por Washington contra a república islâmica, a fim de retornar ao pacto nuclear assinado com potências globais em 2015.

Zarif sugeriu que seu país incluirá oficiais europeus à sua própria lista de sanções, em resposta à decisão da União Europeia de instituir novo embargo a oficiais iranianos.

“A Europa não está em uma posição moralmente superior em relação ao mundo. Xenofobia e islamofobia criaram condições terríveis em toda a Europa”, destacou o ministro, ao agradecer a Rússia pelo apoio após a explosão em Natanz, na madrugada de domingo (11).

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Questionado sobre a posição de Moscou referente ao acordo nuclear, Lavrov afirmou que seu país conduz esforços para reativar todas as condições do pacto, cujos signatários são Irã, Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha.

O chanceler russo enfatizou: “Todas as sanções contra o Irã devem ser suspensas incondicionalmente e esperamos que o fim das sanções aumente as chances de cooperação”.

Os Estados Unidos, que abandonaram o acordo em 2018, devem respeitar a resolução do Conselho de Segurança da ONU concernente ao caso, reiterou Lavrov, ao alertar ainda para “graves consequências” caso o atual presidente Joe Biden se recuse a fazê-lo.

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