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Turquia não vai reprimir a oposição do Egito

Figura proeminente da oposição egípcia baseada em Istambul, Ayman Nour, em 24 de novembro de 2020. [Esra Bilgin/Agência Anadolu]
Figura proeminente da oposição egípcia baseada em Istambul, Ayman Nour, em 24 de novembro de 2020. [Esra Bilgin/Agência Anadolu]

Figura proeminente da oposição egípcia com base em Istambul, Ayman Nour negou as alegações de que a Turquia pediu o fechamento de meios de comunicação da oposição ou entregaria figuras da oposição ao Cairo, informaram agências de notícias na sexta-feira.

Nour, dono do canal de TV liberal El Sharq, disse que se reuniu com autoridades turcas que expressaram o “desejo de Ancara de ver esses meios de comunicação atenuarem suas críticas ao governo de El-Sisi”, de acordo com a Al Jazeera.

Ele também confirmou que a reunião realizada na quinta-feira: “Focou na conduta da mídia no contexto dessas últimas trocas entre a Turquia e o Egito”.

A Turquia é o lar de três canais de TV egípcios: El Sharq, Watan, o porta-voz da Irmandade Muçulmana, e Mekameleen, um canal independente próximo aos islâmicos.

A AFP relatou que Nour expressou que as autoridades turcas queriam ver a mídia: “Comprometa-se a respeitar as regras da ética jornalística”.

Enquanto isso, ele negou relatos de que a Turquia havia ameaçado fechar os canais de TV ou expulsar oponentes do governo do presidente egípcio, Abdel-Fattah El-Sisi.

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“Nunca foi levantada a possibilidade de fechar canais ou expulsar jornalistas ou opositores políticos”, afirmou Nour, segundo a AFP, descrevendo o encontro como “civilizado em tom e sem ditames”.

Ao mesmo tempo, Yassin Aktay, assessor do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, indicou que o Egito notificou as autoridades turcas de que esses canais de TV estavam transmitindo conteúdo político impróprio que contradizia a ética jornalística.

Ele ressaltou que a Turquia não tinha conhecimento do conteúdo veiculado pelos canais de TV egípcios de seu país, mas que a Turquia queria que eles respeitassem a carta de ética jornalística, informou o jornal Asharq Al-Awsat.

De acordo com o jornal londrino, Aktay também negou que seu país planejasse expulsar ou entregar jornalistas egípcios e adversários políticos ao Cairo.

“A Turquia não vai prender ninguém nem entregar ninguém”, afirmou Aktay, sublinhando que: “É impossível que a Turquia entregue alguém ao Egito ou a qualquer país que aplique pena de morte”. Ele enfatizou que isso se baseia no respeito turco pelos direitos humanos.

Aktay negou totalmente que a transferência de figuras da oposição tenha sido discutida durante o diálogo em curso entre Ancara e Cairo.

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