clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Etiópia insiste em tutela da União Africana para negociar barragem

17 de março de 2021, às 09h39

Obras da Grande Represa do Renascimento na Etiópia, em 26 de dezembro de 2019 [Eduardo Soteras/AFP/Getty Images]

Dina Mufti, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Etiópia, reiterou a posição de seu país de retomar as negociações sobre a Grande Represa do Renascimento com Sudão e Egito, a qualquer momento, porém, sob tutela exclusiva da União Africana.

Segundo informações da rede Al Jazeera divulgadas nesta terça-feira (16), Mufti afirmou que Addis Ababa não recebeu ainda qualquer proposta do quarteto, em resposta ao pedido oficial sudanês para uma mediação quadripartite para a disputa.

O Primeiro-Ministro do Sudão Abdalla Hamdok enviou cartas à União Africana, União Europeia, Nações Unidas e Estados Unidos para compor uma equipe de mediação sobre a questão.

O governo etíope anunciou previamente suas intenções de iniciar a segunda fase do preenchimento da represa em julho próximo, mesmo que não haja um acordo vinculativo estabelecido com os dois países a jusante.

O Sudão, de sua parte, ameaçou recorrer ao Conselho de Segurança da ONU caso a Etiópia rejeite a proposta de mediação internacional sobre a crise.

Negociações entre Sudão, Egito e Etiópia estão paralisadas há anos, devido a divergências sobre como preencher e operar a barragem. Sudão e Egito temem o impacto do preenchimento dos reservatórios nas águas do Nilo, sobretudo na época de seca.

LEIA: Turquia apresenta-se para mediar questão sobre a Grande Represa do Renascimento