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Vulgar não só no discurso, mas nas ações – o governo do Brasil sob a família Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro e Ernesto Araújo presenteiam Netanyahu [Foto: Reprodução / Twitter]
Eduardo Bolsonaro e Ernesto Araújo presenteiam Netanyahu [Foto: Reprodução / Twitter]

O Brasil liderou os Estados Unidos da América no número de mortes, chegando a 2.286 mortes pelo vírus Corona.

A delegação brasileira visitou o Estado de ocupação sionista em 8 de março, chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araigo e integrada pelo  filho do atual presidente brasileiro, deputado Eduardo Bolsonaro,  que até a última semana coordenava a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, e por vários parlamentares.

O grande desrespeito pela vida dos brasileiros foi o aspecto mais marcante desta visita. A delegação brasileira deixou o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, sem usar máscara para prevenir o Coronavírus e sem as menores medidas de proteção sanitária da Organização Mundial da Saúde, da qual o Brasil é membro.

A delegação brasileira chegou a Tel Aviv em visita justificada oficialmente pelo objetivo de intercâmbio comercial e científico e de beneficiar o Brasil com a experiência do Estado sionista no enfrentamento da da pandemia de coronavírus.

O Brasil é a décima segunda economia global e representa geograficamente o quinto maior país do mundo, com uma enorme população de 220 milhões de pessoas, dono de grande produção agrícola, como trigo, açúcar, algodão, café e arroz. E decide pedir ajuda a um dos menores países do mundo em área e população, com seus líderes procurados pelo Tribunal Penal Internacional sob a acusação de crimes de guerra em decorrência da agressão que deixou a sitiada Faixa de Gaza, entre 2008 e 2016, com  3.919 mortos e mais de 17.700 feridos, a maioria mulheres e crianças. O gigante brasileiro e membro do BRICS espera beneficiar-se com as experiências de Israel no enfrentamento ao coronavírus? Surpreendente!

Quando a delegação brasileira chegou a Israel, foi obrigada a usar máscaras com a bandeira do país anfitrião, uma desgraça política em que o Brasil caiu. O filho do presidente brasileiro levou a Netanyahu um presente que ele só aceitou depois de usar o esterilizador eletrônico por medo do vírus. O ministro das Relações Exteriores Araújo, por sua vez, queria apertar a mão de Gabi Ashkenazi, mas este não estendeu a mão e apenas gesticulou de longe.

Não importa quantas posições de apoio o Brasil ofereça à entidade sionista, seja em fóruns internacionais ou em trocas comerciais, militares e de segurança, o sionismo não acredita em nada além de sua superioridade étnica.

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O filho do presidente brasileiro Eduardo Bolsonaro voltou ao Brasil e assim que a mídia lhe perguntou sobre a máscara, usada na chegada a Israel mas não na partida do Brasil, ele respondeu com grosseria e palavrões.

As palavras do filho do presidente Eduardo não diferem em nada de suas ações. Ambas as coisas são feias, e ele é como o pai. As ações atuais do presidente brasileiro são atrapalhadas e com alto grau de teimosia e caos, não ouvindo opiniões médicas ou conselhos para aliviar o declínio econômico, social e de saúde do país. Há mais de um ano não existe ministro especializado da saúde e a oferta de 80 milhões de vacinas feita pela Pfizer em dezembro passado  não foi aceita por causa da teimosia do presidente, insinuando que a vacina poderia transformar as mulheres em pessoas com barba e os homens em crocodilos .

O presidente brasileiro disse em tom provocativo: “Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí, ou algum homem começar a falar fino, eles (Pfizer) não têm nada a ver com isso”.

O estranho hoje é o Brasil pedir que o Estado sionista autorize e que a Anvisa libere o uso de um spray nasal israelense,  sem a menor importância ou justificativa que não a submissão e a humilhação de um país que não merece isso!

Vulgar não é apenas o discurso  do presidente e sua família, mas também o comportamento, desde a campanha eleitoral, quando um cenário de teatralidade e drama serviu para o então candidato apresentar-se como herói e chegar a presidente do gigante brasileiro . Ali começou a deterioração econômica e política a que chegamos hoje.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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