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Notório spyware de Israel sob nova investigação dos EUA

Uma israelense usa seu iPhone em frente ao prédio do grupo israelense NSO, em 28 de agosto de 2016, em Herzliya, próximo a Tel Aviv. [Jack Guez/ AFP / Getty Images]
Uma israelense usa seu iPhone em frente ao prédio do grupo israelense NSO, em 28 de agosto de 2016, em Herzliya, próximo a Tel Aviv. [Jack Guez/ AFP / Getty Images]

O Israeli NSO Group, famoso pelo spyware invasivo Pegasus, supostamente usado para atingir defensores dos direitos humanos e jornalistas em todo o mundo, está sob nova investigação dos Estados Unidos.

A atenção americana sobre o uso do spyware foi despertada dois meses atrás, quando a empresa israelense foi rotulada de “poderosa e perigosa” em um processo judicial conjunto. Houve pedidos para que a empresa seja enquadrada nas leis anti-hacking dos EUA.

As preocupações com o Grupo NSO eram tantas que o FBI lançou uma investigação no início de 2020 apenas para ser paralisada. Mas o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) estaria demonstrando interesse renovado no caso.

Os advogados do DoJ abordaram recentemente a gestão do aplicativo de mensagens WhatsApp com perguntas técnicas sobre a suposta segmentação de 1.400 de seus usuários por clientes do governo do Grupo NSO em 2019, conforme relatou o Guardian citando uma fonte considerada confiável pelo site britânico.

Não está claro, no entanto, quais são os alvos suspeitos de hackeamento que os investigadores do DoJ estão examinando ou em que fase a investigação está. O Jerusalem Post sugeriu que os esforços renovados poderiam fazer parte da agenda do governo Biden para aumentar sua ênfase nos direitos humanos e na repressão à Arábia Saudita.

LEIA: Hackeamento de telefones da Al Jazeera deve ser uma grande preocupação para o Catar

O interesse aumentou depois que o presidente da Microsoft, Brad Smith, denunciou empresas de tecnologia como a NSO, chamando-as de “mercenários do século 21”. Em um memorando, ele instou o governo Biden a intervir.

“A NSO representa a crescente confluência entre a tecnologia sofisticada do setor privado e os invasores do Estado-nação”, escreveu Smith em dezembro.

O grupo NSO baseado em Israel ganhou notoriedade por uma ferramenta chamada Pegasus. Grupos de direitos humanos alertaram que Pegasus estava sendo usado para atingir ativistas de direitos humanos, jornalistas e funcionários do governo em diversos locais como México, Marrocos e Índia. No mês passado, um documentário da Al Jazeera revelou que a empresa israelense estava vendendo secretamente seu spyware para Bangladesh por meio de uma gangue criminosa.

O príncipe saudita, Mohammed Bin Salman, é um dos vários governantes autoritários que supostamente empregaram o spyware Pegasus para perseguir adversários políticos e críticos. Na semana passada, a administração Biden divulgou o relatório há muito aguardado que responsabiliza o príncipe herdeiro pelo terrível assassinato de 2018 do colunista Jamal Khashoggi do Washington Post.

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