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Turquia convoca embaixador dos EUA sobre declaração de assassinatos no Iraque

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, comparece ao partido do AK em Ancara, Turquia, em 3 de fevereiro de 2021. [Mustafa Kamacı/Anadolu Agency]
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, comparece ao partido do AK em Ancara, Turquia, em 3 de fevereiro de 2021. [Mustafa Kamacı/Anadolu Agency]

A Turquia convocou o embaixador dos EUA em Ancara na segunda-feira para transmitir “nos termos mais fortes” sua reação a uma declaração sobre a morte de 13 turcos que haviam sido capturados por militantes curdos, que o presidente Tayyip Erdogan chamou de “uma piada”, relata a Reuters.

A Turquia disse no domingo que militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) executaram prisioneiros, incluindo militares e policiais turcos, em meio a uma operação militar no norte do Iraque, onde o grupo os mantinha detidos.

Os Estados Unidos afirmaram apoiar a Turquia, que é membro da OTAN,  e condenar os assassinatos, caso se confirme que a responsabilidade é do PKK.

Ancara, já irritada com a parceria de Washington com combatentes curdos na vizinha Síria, ficou furiosa com a condicionalidade da declaração dos EUA.

Os Estados Unidos e a União Europeia designaram o PKK como organização terrorista, mas na Síria as forças dos EUA foram posicionadas ao lado de combatentes curdos do YPG que Ancara considera ligados ao PKK.

Agora há uma declaração dos Estados Unidos. É uma piada. Você não deveria enfrentar o PKK, o YPG? Você claramente os apoia e da suporte.

Erdogan disse a apoiadores de seu Partido, AK, na cidade de Rize, no Mar Negro.

O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, também reclamou na segunda-feira sobre o silêncio de “países que supostamente alegam combater o terrorismo”, acrescentando que estavam tentando “encobrir” a questão “com se e mas”.

Desde que Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos no ano passado, a Turquia disse repetidamente que deseja melhorar os laços tensos com os Estados Unidos, mas o apoio dos EUA ao YPG enfureceu Ancara e continua sendo um grande desacordo entre os aliados.

Erdogan disse que Ancara continuaria suas operações transfronteiriças no Iraque contra o PKK, que conduziu uma insurgência de décadas principalmente no sudeste curdo da Turquia, na qual mais de 40.000 pessoas foram mortas.

“Se estivermos juntos com você na OTAN, se quisermos continuar nossa unidade, então você agirá com sinceridade em relação a nós. Então, estará conosco, não com os terroristas”, disse Erdogan.

Ele disse que ninguém pode criticar as operações transfronteiriças da Turquia na Síria ou no Iraque após os assassinatos, e os países devem escolher entre a Turquia e os militantes.

LEIA: Turquia prende diplomata iraniano ao investigar um assassinato político

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