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Turquia prende diplomata iraniano ao investigar um assassinato político

Dissidente iraniano Masoud Maulavi Vardanjani, em 30 de março de 2020 [Twitter]
Dissidente iraniano Masoud Maulavi Vardanjani, em 30 de março de 2020 [Twitter]

O governo turco prendeu um funcionário do Consulado do Irã em Istambul por suposto envolvimento no assassinato de um dissidente iraniano em 2019.

Teerã nega as acusações.

Masoud Molavi Vardanjani, ex-oficial de inteligência que lançou uma campanha nas redes sociais para expor a corrupção do regime iraniano, após mudar-se para a Turquia, foi baleado e morto em uma rua do distrito de Sisli, norte de Istambul, em 14 de novembro de 2019.

O assassinato foi executado por um cidadão turco identificado como Abdulvahap Kocak, mas indícios sugerem que foi conduzido sob orientação do iraniano Ali Esfanjani, que fugiu ao seu país natal logo após o incidente.

Com o caso reaberto, o diplomata Muhammad Reza Naserzadeh foi agora preso por supostamente forjar os documentos de Esfanjani, a fim de permitir seu salvo-conduto ao Irã.

Segundo o jornal turco Daily Sabah, a investigação foi auxiliada pelo testemunho de Siyavash Abazari Shalamzari, também envolvido na fuga do suspeito.

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Shalamzari afirmou aos policiais ter visto Naserzadeh e outro homem, identificado como Haci Aga, buscarem o suposto criminoso em fuga no Aeroporto Internacional de Teerã.

“Esfanjani tinha um novo documento de identidade sob o nome de Abbas”, relatou Shalamzari. “Liguei para Haci para avisá-lo que o nome no documento estava errado. Ele me disse que falaria com o consulado e autorizou que Esfanjani viajasse de qualquer maneira”.

Naserzadeh então foi implicado no crime, por utilizar seu cargo do departamento de registro civil do consulado iraniano para falsificar os documentos de Esfanjani. O diplomata, porém, contesta, ao alegar que não estava na Turquia no momento do incidente.

Diante dos relatos sobre Naserzadeh, entretanto, Teerã negou que qualquer funcionário ou diplomata de seu consulado em Istambul de fato foi preso. Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, desmentiu a reportagem como “improcedente”.

Não obstante, o crime não representa um caso único. Outros dissidentes iranianos também tornaram-se alvo de ataques na Turquia. Em novembro de 2020, o ativista árabe Habib Chaab foi sequestrado em Istambul por agentes iranianos e levado à fronteira para ser detido.

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