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Turquia promete preparar relatórios anuais sobre o aumento da islamofobia

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, em Ancara, Turquia, em 27 de janeiro de 2021. [Cem Özdel/Agência Anadolu]
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, em Ancara, Turquia, em 27 de janeiro de 2021. [Cem Özdel/Agência Anadolu]

A Turquia preparará relatórios anuais sobre a islamofobia em seus esforços contínuos para combater o ódio contra os muçulmanos. O ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, anunciou a promessa de Ancara na segunda (01), ao falar no sétimo congresso do Partido da Justiça e Desenvolvimento (Partido AK) na província de Antalya.

Cavusoglu teria dito que até hoje, a União Europeia e os Estados Unidos têm publicado relatórios sobre a Turquia e outros países, mas, a partir de agora, a Turquia também produzirá seus próprios relatórios “para o bem da humanidade”.

Declarando que a Turquia terá maior interesse em monitorar a islamofobia, Cavusoglu prosseguiu dizendo que Ancara não jogará mais o jogo pelas regras dos outros em assuntos que dizem respeito a si mesma. “A diplomacia é sempre nossa prioridade, mas também ensinamos aqueles que não acreditam na diplomacia a voltar à mesa de negociações.”

O anúncio de ontem vem na sequência do aumento do racismo antimuçulmano na Europa e de uma disputa acirrada entre Emmanuel Macron e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, após a declaração profundamente polêmica do presidente francês no final do ano passado sobre como lidar com o que ele chamou de “separatismo muçulmano” e alegando que “o Islã está em crise”.

O discurso provocou indignação. Produtos franceses foram boicotados em vários países, enquanto grupos de direitos humanos acusaram Macron de usar uma linguagem “divisionista” e de optar por políticas em relação aos árabes e muçulmanos que estavam em linha com a extrema direita, que pede o fechamento de mesquitas e a imposição de controles rígidos sobre os muçulmanos. A Turquia também acusou Macron de “encorajar a islamofobia”.

“Fazer do Islã e dos muçulmanos um bode expiatório para os fracassos da República Francesa está longe de ser uma política racional”, escreveu o porta-voz presidencial de Ancara, Ibrahim Kalin, no Twitter, em outubro.

O presidente Erdogan foi um dos poucos líderes muçulmanos a denunciar abertamente Macron após seu discurso. Ele expressou sua esperança de que a França se livre de Macron, dizendo que ele é um fardo para a França e sua política.

Em 2019, a Turquia, o Paquistão e a Malásia concordaram em combater conjuntamente a tendência global crescente da islamofobia, principalmente no Ocidente. O acordo foi alcançado em uma reunião trilateral paralela à 74ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, disse o Gabinete do Primeiro Ministro do Paquistão em um comunicado.

LEIA: Comissão da França aprova lei contra os muçulmanos

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