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Os crimes da ocupação contra os presos palestinos nas cadeias de Israel

Enfermeiro no asilo Mishan Efal em Tel Aviv, Israel, 13 de janeiro de 2021 [Nir Keidar/Agência Anadolu]
Enfermeiro no asilo Mishan Efal em Tel Aviv, Israel, 13 de janeiro de 2021 [Nir Keidar/Agência Anadolu]

Os crimes da ocupação israelense são cometidos sem qualquer entrave moral, religioso, jurídico ou humanitário. O estado sionista executa seus crimes contra prisioneiros mantidos ilegalmente em suas cadeias via ações de verdadeiras gangues filiadas ao Serviço Penitenciário de Israel, supervisionadas diretamente por equipes especializadas do Shin Bet, a agência israelense de inteligência em âmbito doméstico. Os crimes são cometidos, portanto, de modo deliberado e premeditado. O mais recente caso está ao privar os prisioneiros palestinos de seu devido acesso à vacina contra o coronavírus.

O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu e seu governo racista continuam a negar o acesso à vacinação a civis e prisioneiros palestinos, a despeito de protestos globais. A política israelense insiste em arriscar as vidas do povo palestino ao vacinar guardas e policiais e recusar-se a imunizar homens e mulheres mantidos nas cadeias militares de Israel. A prática tornou-se conhecida como “apartheid da saúde”, executado pelos serviços de inteligência da ocupação, sob direta coordenação de seus oficiais.

Até então, o protocolo médico adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) não foi adotado pela ocupação. As autoridades continuam a exercer sua política arbitrária de impedir a chegada de vacinas doadas por organizações aos territórios palestinos ocupados. Permanece incerto quando os palestinos serão imunizados, o que deverá resultar em uma nova catástrofe na qual aqueles com documentos israelenses, incluindo colonos ilegais, são imunes à doença, enquanto milhões de palestinos continuam vulneráveis à propagação do vírus mortal. Esta equação pode tornar áreas residenciais palestinas, densamente povoadas, em incubadoras para o coronavírus.

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Desde o início da pandemia, foram confirmados 171 casos de covid-19 entre os presos palestinos. O número de prisioneiros palestinos infectados com coronavírus na ala n° 3 da Prisão do Negev chegou a 31 casos, desde o primeiro doente, reportado na última quinta-feira. A administração penitenciária transferiu os detentos infectados à ala n° 8 da Prisão de Ramon. Contudo, o número deve aumentar drasticamente. Dentre os dados disponíveis, não há qualquer informação precisa sobre as condições de saúde e os índices de contágio dentro das cadeias da ocupação.

Um estado de enorme preocupação tomou conta dos prisioneiros, após o anúncio dos casos entre companheiros de prisão que trabalhavam em diversas alas da penitenciária. A estrutura prisional de fato é um ambiente que encoraja a propagação de doenças, particularmente diante da falta de qualquer medida preventiva adequada e da negligência médica deliberada. Apesar de tudo isso, a ocupação avança com sua campanha de incitação e impõe mais e mais políticas criminosas e racistas contra os prisioneiros palestinos.

Diante destes fatos, é necessário continuar com a campanha de pressão internacional sobre o governo de Israel, à espera de uma intervenção urgente da OMS, Cruz Vermelha, Nações Unidas, entre outras organizações relevantes. É preciso que intervenham imediatamente, para que a ocupação liberte os prisioneiros doentes e idosos e interrompa a campanha diária de novas prisões. Israel tem a obrigação legal de permitir que uma equipe médica imparcial monitore a saúde dos presos palestinos, garantir o acesso a medidas preventivas e oferecer vacinação adequada conforme o protocolo internacional. É preciso dar fim aos crimes da ocupação e seu sistema de apartheid, praticado por verdadeiras gangues que detém o poder.

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Traduzido para o inglês da rede Addustour, em 21 de janeiro de 2021

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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