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HRW pede que Biden encerre a venda de armas à Arábia Saudita e EAU

Manifestante contrário as ações da Arábia Saúdita, EAU, EUA e Reino Unido no Iêmen [Alisdare Hickson/Flickr/cc]
Manifestante contrário as ações da Arábia Saúdita, EAU, EUA e Reino Unido no Iêmen [Alisdare Hickson/Flickr/cc]

A Human Rights Watch (HRW) apelou à administração do Presidente eleito Joe Biden na quarta-feira para que encerre as vendas de armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos (EAU), a fim de impactar positivamente a situação do Iêmen.

A organização declarou em um relatório publicado em seu site: “As partes do conflito armado no Iêmen continuaram a violar as leis da guerra durante o ano passado, inclusive cometendo o que parecem ser novos crimes de guerra”.

O relatório citou Afrah Nasser, um pesquisador do Iêmen da HRW, afirmando: “Anos de violações demonstraram que as partes em conflito no Iémen não têm qualquer incentivo para encerrar as violações, sem uma possibilidade real de serem responsabilizadas”.

“Os governos envolvidos devem apoiar publicamente os apelos para medidas internacionais de responsabilização”, acrescentou o investigador.

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O relatório prosseguiu: “A administração Biden tem a oportunidade de ter um impacto positivo no Iêmen, parando as vendas de armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, pelo menos até que os ataques ilegais sejam encerrados e seja conduzida uma investigação confiável das violações anteriores”.

A Arábia Saudita e o EAU não fizeram comentários imediatos relativos ao apelo feito pela HRW, mas Riade afirma que a  intervenção militar no Iémen veio em resposta ao pedido do governo. Foi motivada pela recusa a aceitar a destruição de países árabes, especialmente com acusações de interferência iraniana na crise do Iémen, o que Teerã negou.

Anteriormente, os EAU indicaram que haviam se retirado do Iêmen, mas funcionários do governo iemenita confirmaram que Abu Dhabi ainda está presente no seu país e tem braços militares locais em várias províncias.

A Arábia Saudita tem liderado uma coligação que realiza operações militares no Iêmen desde 2015, em apoio às forças governamentais contra os Houthis, grupo apoiado pelo Irã que controlava muitas províncias, incluindo a capital, Sanaa, em 2014.

Seis anos de guerra no Iêmen levaram à morte de pelo menos 233.000 pessoas, enquanto 80% da população (30 milhões de pessoas) dependem de ajuda humanitária em meio à pior crise humanitária mundial, segundo estimativas das Nações Unidas.

 

 MBS e MBZ na guerra sangrenta no Iêmen -  Charge [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

MBS e MBZ na guerra sangrenta no Iêmen – Charge [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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