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Palestino fica paraplégico após ser baleado no pescoço por soldados de Israel

Soldados israelenses param uma ambulância na cidade de Salfit, Cisjordânia ocupada, 4 de dezembro de 2020 [Jaafar Ashtiyeh/AFP/Getty Images]
Soldados israelenses param uma ambulância na cidade de Salfit, Cisjordânia ocupada, 4 de dezembro de 2020 [Jaafar Ashtiyeh/AFP/Getty Images]

Um homem palestino está agora paraplégico após ser baleado no pescoço por forças israelenses na Cisjordânia ocupada, reportou o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina.

Haron Abu Aram, 24 anos, foi baleado na sexta-feira (1°), na aldeia de Al-Tuwanah, ao sul de Hebron (Al Khalil), quando tentou impedir soldados da ocupação de “roubar seu gerador elétrico”, segundo informações da agência de notícias Wafa.

“Microcosmo horrendo do apartheid na Cisjordânia … Haron Abu Aram tenta desesperadamente resgatar seu gerador elétrico confiscado por soldados de Israel. Então é baleado. Está agora em estado grave’, relata o jornalista e ativista Ben White

Haron foi internado em estado grave no hospital de Yatta, antes de ser transferido para o Hospital Ahli, na cidade de Hebron.

No vídeo do incidente, soldados israelenses atacam o jovem palestino, descalço, com golpes na cabeça, além de agredir outros três palestinos. Então, ouve-se um disparo de arma de fogo e a câmera subitamente volta ao corpo inconsciente de Haron.

Segundo o grupo israelense de direitos humanos B’Tselem, a vítima ajudava na construção da casa de seu vizinho, quando ocorreu o ataque.

Em 25 de novembro, o exército israelense demoliu a residência de Haron sob o pretexto de falta de alvarás de construção. Tais licenças, porém, são raramente concedidas aos palestinos locais pelas autoridades da ocupação, sobretudo em Jerusalém Oriental.

Nenhum alvará de construção foi emitido aos palestinos por Israel, na chamada área C, sob ameaça de anexação ilegal, em 2015

Os alvarás israelenses são taxados com preços abusivos, análogos a extorsão e inacessíveis à maioria dos palestinos sob ocupação, a fim de criar uma lacuna jurídica para que Israel efetivamente anexe terras e impeça a população árabe nativa de desenvolver infraestrutura.

“Os soldados chegaram com a intenção de confiscar equipamentos que a família utilizava para a construção, incluindo um gerador”, reportou a B’Tselem, em nota. “Abu Aram foi baleado no pescoço à queima-roupa, quando ele e outros palestinos tentaram reaver o gerador”.

A campanha em curso de demolição de casas palestinas e construção de assentamentos ilegais por Israel, acelerada pela recente normalização com os Emirados Árabes Unidos, tornou-se uma fonte majoritária de receios referentes à limpeza étnica e expansão colonial.

Em 2020, Israel demoliu residências pertencentes a mais de 900 palestinos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, segundo dados da B’Tselem.

LEIA: 16 palestinos são feridos pelo exército israelense

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